O desaparecimento da última criatura de uma espécie que fica agora extinta causa, evidentemente, tristeza. Não me interessa muito se em vida era bom ou mau, se o facto de ser coerente tem mérito ou não. Talvez não tivesse alternativa senão agarrar-se à memória do Plioceno que ia desaparecendo, talvez fosse da sua natureza sobreviver durante algum tempo a par com as espécies novas, mais ou menos predadoras, que lhe tomavam o lugar. Talvez o mundo respire de alívio ou de indiferença (pois já não fazia diferença) ou nem sequer tenha reparado que desapareceu a última criatura de uma espécie que fica agora extinta. Pode gostar-se ou não se gostar. Mas que me causa tristeza, nem que seja numa perspectiva meramente evolutiva, com a inevitável extinção das espécies que já não têm lugar, causa.
(não se amofinem os comunistas com o meu texto. é de memória apenas)