100nada

Hiper-realismo

– Morreu o Vasco Gonçalves.
– Quem?
– O Vasco Gonçalves.
– Ainda era vivo?
– Parece que sim.
– Ah…coitado…

– Morreu o Álvaro Cunhal.
– Como? Não era o Vasco Gonçalves?
– Era. Mas também o Álvaro Cunhal.
– Bolas!
– E o Eugénio de Andrade.
– Tás a gozar.
– Não tou não.
– Também ainda era vivo?
– Pois era.
– Todos assim ao mesmo tempo?
– Vê lá tu.
– Bolas…que fim de semana. E o arrastão e tudo…
– E as noivas…
– A mais gira era muda, viste?

(ninguém tem diálogos assim, pois não? Não, claro que não.)

0 thoughts on “Hiper-realismo

  1. Eufigénio

    Não?

    Embora te tenha em grande conta, nem tu este conseguirias inventar. De facto, mais hiper-realista não há. E foi uma boa chapa, no momento certo, coisa só para alguns fotógrafos

  2. Caiê

    na verdade, são monólogos. jamais alguém ouve alguém. faz-se ouvir. essa é a história do hiper-realismo.

  3. GOTINHA

    Fartei-me de cá vir a ver se já te tinha passado a telha… bem me parecia que depois destes dias irias ficar atravessada com o Blog…
    😉

  4. catarina-em-lx

    Caríssima, toda a gente tem diálogos assim… São estes que nos ajudam a manter a sanidade mental… Ou então não… sei lá!

  5. catarina

    Pois claro, catarinaLx. :)

    Prusidente, as noivas de Sto. António, claro, todas a casarem em fila, toda a tarde a televisão a debitar aquelas imagens (eu ia vendo nos cafés por onde arrastei os pés a beber bicas).

  6. Prusidente da Junta

    AAAHHH… Aqui não há Santo António! Deve ter morrido também. Aliás há uns quantos Antónios mas até agora nenhum me pareceu ser Santo. Não devo ser a pessoa certa para averiguar divindades.
    Há umas noivas, sim, que se casam todas na mesma escadaria. Vêm do outro lado da fronteira e são objecto de teses sobre turismo.

  7. Pruz.

    Very far away, onde há mais chineses por metro quadrado do que propriamente quadrados. If you know what I mean…

  8. catarina

    Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh! (confesso, fiz uma ligeira batota com whoises. What a fucking coincidence! Eu aqui a calcular euros em…bom. Okidoki, tudo explicado).

  9. Armindo S

    E nem um lugarzinho na fotografia para o mais modesto dos artistas portugueses da década de sessenta que também acabou por desaparecer. Foi mesmo um arrastão. A minha homenagem ao René Bertholo “…em farrapos numa terra de ninguém.”