Coisas exclusivamente femininas
A menstruação, a gravidez, o parto, a amamentação, o aborto, a escrita light…tudo coisas de gajas.
(um dia destes debito a minha opinião sobre esse problema exclusivo das mulheres, o penúltimo da lista de cima)
- Falando para as paredes
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Fora a menstruação que muitas vez acabar por nos dar cabo da cabeça a nós, concordo com tudo, incluindo o penúltimo item! E nem penso que seja exclusivo de certas mulheres (por uma mulher de 60 anos a votar num referendo sobre o aborto é convidar à hipocrisia de quem está a salvo dessa situação, pelo menos directamente).
O que eu queria dizer, Nelson, é que o aborto não é um problema de gajas: que também andou por lá um tipo responsável pela coisa. Mas depois a penalização é para elas, que muitas vezes até os fazem forçadas pelo parceiro. No momento em que passassem a criminalizar também o pai, queria ver como é que era (mudava a lei num instantinho, olé!)
Mas de certeza…mas das duas uma, ou um governo tem tomates a sério e muda a lei ou, se vais para referendo apanhas outra vez com os filhos da mãe que são contra porque não lhes toca a eles e velhas beatas que fazem o mesmo…sabendo-se como é a nossa população, o mais provável era ficar outra vez adiada.
Se os os homens ficassem grávidos acredita, a lei do aborto já tinha sido alterada há muito tempo!!
Vinha dizer-te que não era só um problema de gajas mas a tua resposta ao Nelson foi esclarecedora.
Nelson: de facto há gajas que são insuportáveis quando estão menstruadas… não é o meu caso, senão não dizia isto…ups e se eu for insuportável todos os dias? :))))
e há montes de tipos com escrita light! só que basicamente a escrita light deles resume-se a ;futebol e gajas. Não necessáriamente por esta ordem mas tambem. Hoje estou com um feitio de merda diga-se de passagem.
hey…que é isso? Futebol e gaijas??? Então e os carros, pá? Mau….
Ana, eu penso que o aborto (ou a despenalização do mesmo, que é do que se trata) é um problema que devia ser resolvido por lei (sem referendos). Para ser por referendo, eu não devia votar porque vou estar a falar de algo que não me afecta, pelo menos directamente. Mais ou menos como se um benfiquista votasse nas eleições para o Sporting ou coisa do género (pronto, lá está a bola!) 😉
Eu também acho que o referendo foi só uma coisa que se inventou neste caso para lavar consciências aos deputados. De resto a total hipocrisia impera. Isso acrescido às campanhas de desinformação dos católicos mais fanáticos e ao histerismo de bloquistas, vai chumbar outra vez, não tenho dúvida alguma. Enquanto a ideia que prevalece for que 1. é um problema das mulheres e os homens saem do problema a cheirar a água de rosas e 2. que as mulheres os fazem na base vou-ali-fazer-um-aborto-e-já-volto-e-depois-ainda-tenho-tempo-de-arranjar-as-unhas, como se alguém no seu perfeito juízo fizesse uma coisa dessas de ânimo leve, a coisa continuará tal como está.
Nelson: não te afecta? Tu desculpa lá… vamos ver se foi um lapso…
Ana, repito, devem ser os deputados da nação a legislar sobre o assunto, acabando de vez com a hipocrisia da lei actual e dos referendos jeitosos para não culpar ninguém. Se for para referendo, acho que dar hipótese a um homem ou a uma mulher de 60 anos para votar, é dar razão a que hipocritamente digam não a uma situação que directamente já não as envolve. E digo directamente porque pode sempre ser com a nossa namorada, mulher, filha, neta enfim…mas directamente não, o aborto não me afecta nem a mim nem a uma senhora de idade!
ah! e os carros claro!
Pois eu tambem defendo que a lei devia ser aprovada e pronto. Sem referendos.
O Aborto não te afecta Nelson? Com esta é que me deixaste sarapantada (se não existe a palavra passa a existir!)
Lyra, a resposta está em cima…não é não afectar, é não afectar directamente. Caramba, penso que não é assim tão difícil de entender, ou é?
Ai o camandro! (isto vai com as asneiras todas que estou a pensar e tudo):
Existiu uma foda – O homem esteve lá.
Existiu um espermatozoide – O homem é que o atirou a toda a força.
Existe um bebé – Fruto de duas pessoas
O caraças (foi para não dizer caralho) é que é um problema só das mulheres, vamos lá ver vamos!
E Catarina, desculpa desiludir-te, mas uma vi uma amiga minha a ir fazer um aborto como vou-ali-fazer-um-aborto-e-já-volto-e-depois-ainda-tenho-tempo-de-arranjar-as-unhas
e, depois de voltar, veio contar como foi giro, como lhe meteram um tubo pela rata e lhe chuparam aquela “coisa” já grandita de lá para fora e de que tamanho estava e tudo e tudo e tudo e como, se lhe acontecesse o mesmo, voltaria a repetir. Isso chocou-me, mas, mesmo assim, sou a favor da liberalização.
Nelson, como é que o aborto nao te afecta? nao te afecta por seres homem (e os bebes, fazem-se sozinhos, é?), nao te afecta por seres casado e fiel(nuuuunca digas desta agua nao beberei)? e porque é que nao afecta uma senhora de 60 anos? a minha maezinha nao tem direito a dizer se concorda ou nao que a sua filha faça um aborto dentro da legalidade ou nao???
ja agora, se houvesse um referendo para a pena de morte dizias que nao te afectava porque nao eras criminoso?
achas que ver a tua mulher ou filha na prisao ou a bracos com uma crianca nao desejada é uma coisa que nao te afecta directamente? nao estou a perceber, a serio que nao…
Mas será que tá tudo parvo! claro que o aborto não afecta os homens de uma forma directa. O filho está DENTRO do corpo da MULHER. É ela quem vai passar pela dor de fazer um aborto, é ela quem vai ser penalizada por isso, ou não. Não afecta directamente um homem, o que não significa que ele não seja responsável pela situação ou que a mesma não o afecte INDIRECTAMENTE… é assim tão difícil de entender?
Ai o camandro…não afecta DIRECTAMENTE…é assim mesmo complicado entender o que eu escrevi?
Daí não concordar que me chamem para decidir algo que até podia não me afectar nada (imaginem se fosse gay, filho único e orfão). Mas votei SIM, porque quero que se acabe com a hipocrisia de lei que temos actualmente.
Quanto à comparação com a pena de morte: que eu saiba, todos nós podemos ser criminosos, nem todos podemos abortar, tasqs…
E mais: pedir aos homens, ou às velhinhas de 60 anos, para votarem num referendo, é a mesma coisa que dizer que vão haver votos no NÃO, porque são pessoas que não vão passar pelo aborto directamente, são pessoas que nunca irão parar à prisão por causa dele, por isso, são pessoas que se estão a borrifar para o facto das mulheres irem fazer um aborto “no vão das escadas” e com a polícia a prendê-las a seguir. Nenhum, ou quase nenhum, homem e nenhuma, ou quase nenhuma, velhinha de 60 anos vai pensar que aquilo lhe pode acontecer. Estão a borrifar-se!
Mas, volto a reafirmar (sim Cat, estou a encher-te alarvemente a caixa de comentário): obviamente que o aborto DEVERIA dizer respeito aos homens, enquanto lei, porque não há queca individual, e que eles, a ficar a lei como está, também deveriam ser punidos (como diz a Cat), pelo aborto feito pela mulher (ou namorada; ou queca) deles.
só vos quero lembrar que as mulheres de 60 anos se calhar já podem ter feito abortos (na linguagem delas desmanchos…) e estão-me a dizer que eu por ter 50 anos e estar na menopausa não posso votar num referendo sobre o aborto?
Ana, sabes a quantidade de tias de 50, 60 anos de Cascais que fizeram 1 ou 2 “desmanchos” em Inglaterra ou coisa do género (vulgo, idas às termas) e andou empinada, de terço nas mãos e renda nos cabelo a fazer campanha activa pelo Não?
Ana, tal como referes: já PODEM TER FEITO abortos… no passado. Eu já vi uma velhota, na TV, numa manifestação pelo não, a afirmar “Eu quando era nova fiz vários abortos, mas acho isso mal!”, olé hipocrisia, olé! As novas agora que se lixem e vão abortar no “vão de escadas” porque ela, que sobreviveu a vários, acha mal que se faça com acompanhamento médico e de forma legal.
Quanto a ti, desculpa a frontalidade, se tens 50 e estás na menopausa, não irás fazer nenhum aborto, não me parece que devas votar sobre o assunto, porque não te vai afectar DIRECTAMENTE.
Olha lá ó Sara então tu achas que só deve votar nesta lei quem eventualmente pode vir a fazer um aborto?? Quer dizer, se eu tivesse 60 anos já não podia votar? Isso é a coisa mais anti democratica que já ouvi!
Para mim tem mais direito de voto uma mulher de 60 anos ou até um gajo do que essa tua amiga que foi-ali-fazer-um-aborto-e-já-volta-e-depois-ainda-tem-tempo-de-arranjar-as-unhas. Se ela fosse minha amiga pá se calhar ate deixava de ser. Tratam se de coisas muito serias que não podem ser tratadas de forma tão leviana.
quem vota nas eleições para presidente dos estados unidos são os norte americados porque é a eles que afecta directamente, apesar de o energumeno que eles têm escolhido nos afectar indirectamente. Isso não é anti-democrático. Deve votar numa coisa as pessoas a quem essa coisa afecta directamente. Tal como os putos de uma escola votam em quem vai para a associação de estudantes da sua escola e os seus pais não têm nada com isso, mesmo que, indirectamente, as iniciativas promovidas pela associação de estudantes, possam afectar os pais das crianças que vão ter acesso a essas iniciativas, ou não?
O que acho é que são as pessoas a quem as coisas afectam directamente que devem votar nessas coisas.
Pois Lyra, mas essa minha amiga fez um aborto, se calhar fará mais, e, mesmo que tenha uma atitude errada sobre o assunto tem deveria ter o direito a fazer a coisa de uma forma mais segura e com acompanhamento médico (e se calhar psicológico).
então teria que se fazer primeiro uma triagem. só poderiam votar mulheres/raparigas menstruadas, mulheres férteis, etc etc. Isso não é bem assim. Quem já passou por isso independentemente de ter 50 ou 60 anos tem todo o direito de votar. Acredita que preferia que alterassem a porra da lei pronto, porque sim, até acredito, que havendo um referendo, provavelmente o resultado sera não novamente. Porque quem concorda muitas vezes prefere ir para a praia. Esta-se nas tintas. O portugues é muito assim reclma reclama mas na hora de fazer alguma coisa para mudar tá quieto
pois, agora disseste uma grande verdade, Lyra. Até porque me lembrei que TODOS os enfermeiros e médicos deveriam poder votar, etc. o que complicava esta coisa dos homens e mulheres mais velhas e tal, uma vez que os pobres dos profissionais de saúde também são puníveis pelos abortos que podem ajudar e iada iada iada (o que eu gosto disto). E lá se vai a minha teoria por água abaixo. Era alterar a lei sem referendo e pronto. Mas, infelizmente, já se fez o primeiro referendo o que faz com que esta lei tenha sempre de ir a referendo para se poder alterar…
e tu acreditas que se a lei for alterada a tua amiga e todas as outras mulheres terão o tal apoio psicológico? Isso são tretas pá. A questão é tão simples quanto isto, Legaliza-se tá legalizado! O que muda são as idas a Espanha ou ao raio e a segurança com que é feito o aborto. Sem os tais vãos de escada. Tudo o resto são meras ilusões. Nem sequer acredito que baixe o tal numero de mulheres que abortam. Quem o faz , faz por N motivos um dos quais financeiros e fá-lo aqui ou em Espanha. Faz num vão de escada se não poder fazer num lugar seguro ou faz numa clinica com toda a segurança. Mas repito, sou completamente a favor da alteração da lei. Porque é uma lei hipócrita.
Ora ai está!! Blábláblá vai continuar tudo na mesma e lá vai a malta para espanha e o camandro e lá vão andar as desgraçadas a penar e só as mulheres que passaram por saberão dar o real valor. Porque sinceramente não acredito que se mude alguma coisa. :-((
Uma vez que a conversa sem envaginação … chip7, chip7
…e só depois chip7.
…
… chip7. Ok tá bem chip … 100 nada.
Ao menos nisso estamos todos de acordo. A lei é hipócrita e hipócritas são os que prometeram mudá-la e, tendo a maioria na AR, não o fazem. Mas hipócrita é também a senhora que abortou e agora é contra a descriminalização, o tipo que engravidou 3 ou 4, nunca se responsabilizou e é contra a descriminalização e a tia que foi a Inglaterra, às termas, levou a filha, a sobrinha e a enteada às termas a Inglaterra e é contra a descriminalização…
Muito gostava eu de que se mostrasse quem votou Sim e Não no referendo, por sexo e idade. Acho que se ia ver claramente o que eu quero dizer quando não concordo que os homens e as mulheres a partir de uma certa idade possam votar neste referendo. Já agora, pela ordem de ideias que a lyra defende, é anti-democrático eu não poder votar nas eleições regionais da Madeira e dos Açores? Anti-democrático é o voto de alguém que não pode, fisicamente, abortar, fazer com que alguém que se veja obrigado a fazê-lo, tenha que o fazer sem condições de segurança e higiene. Isso sim é anti-democrático e hipócrita. Mas se calhar…é assim que os portugueses querem!
ó Nelson então se quiserem fazer um referendo para despenalizar as drogas (eu que não me drogo) não posso votar? As leis se existem não são para todos? Então e se eu tiver uma filha? Não posso votar agora para que se altere uma lei que eu acho errada? E se tu tiveres filhas? Não irás querer que se eventualmente um dia elas tiverem que o fazer o façam com outras condições que não as que existem? Não és tu e todos os pais (maes e pais!!) que tem que lutar para um futuro melhor e mais justo? Então e o que me dizes dos tipos que alteraram a lei da maternidade? Eles nunca serão mães! Nunca amamentaram! Então mas agora altera-se uma lei qualquer e só podem votar alguns? Tu já viste que isso depois teria que se aplicar a tudo? Se assim que é assim a lei portuguesa está como está imagina depois! Ia ser lindo!
Vou mas é jantr pá que ainda morro praqui desidratada.
Lyra, não te drogas mas podias drogar. Um homem NUNCA poderá abortar. (e o Nelson tem uma filha). Pronto, não meto mais a colher porque já disse tudo o que tinha a dizer, ou não, mas não me apetece alongar mais.
pego no último comentário da Sara Jofre. è um facto que os homens não podem abortar. Mas de a mesma forma que acredito que nenhuma mulher faz um aborto de ânimo leve, acredito que também há homens que, quando acompanham esse acto – o sofrem profundamente.
E Sara quando a velhota diz que acha mal o aborto pode nao ser hiprocisia. são realidades diferentes: Há 32 anos atrás havia uma única farmácia em lisboa que vendia a pílula sem receita médica.
Espero que, aqui, estejamos todos contra o aborto e a favor da sua descriminalização.
Ana, parabéns pela última frase. Acho que é uma realidade que muitas pessoas esquecem: que ser a favor do aborto e ser a favor da descriminalização são DUAS COISAS DIFERENTES!
Ninguém diz o contrário…pelo menos aqui, nos comentários que li. Desculpa mas se alguém abortou há 32 anos atrás seria por alguma razão, nomeadamente financeira…e se alguém aborta hoje pelas mesmas razões. Pode-se argumentar que há mais condições, e há, obviamente, para prevenir gravidezes indesejadas, agora daí até ter abortado e agora, quando se tem 60 ou 70 anos, dizer que é um crime e impedir que uma jovem mulher o possa fazer em condições de higiene e segurança, para mim é hipocrisia. Da pura!
Ou má formação, ou desinformação.
Eu acho que ja estou a perceber o problema: o nelson acha que so deviam votar as mulheres em idade fertil porque essas tinham mais medo que lhes acontecesse a elas e votavam no sim e o assunto ficava arrumado.
Mas esta-me a incomodar muito essa frase de o aborto nao afectar directamente os homens: da mesma maneira que espero que o meu homem esteja presente na educacao dos meus filhos, espero que ele esteja presente se eventualmente chegar a altura de tomar uma decisao acerca duma gravidez indesejada. se ele achasse que nao devia votar no referendo porque nao era uma coisa que o afectava directamente, ele ia (e perguntei-lhe ontem qual o seu ponto de vista sobre o assunto, mais do que disposta a por em pratica estas palavras) dar uma volta para nunca mais voltar.
Da mesma maneira, posso ser a mae de 45 duma filha de 10, e sabendo que ela nao pode votar, tentar fazer o melhor por ela e votar de acordo com aquilo que acho é melhor para ela.
Outra coisa que me esta a aborrecer é a facilidade com que chamam hipocritas as pessoas: uma pessoa pode ter feito um aborto e arrepender-se amargamente e fazer os possiveis para evitar que outras pessoas passem pelo mesmo. nao conheco as pessoas em causa, nao lhes conheco os pensamentos, nem me reconheco autoridade para dizer se sao hipocritas ou se mudarem de opiniao.
Parece-me haver aqui muita teoria. Claro que todos devem votar incluindo a minha mãe de 56 anos que fez vários “desmanchos”. De igual modo as colegas da universidade que o fizeram. Ou a empregada da [nossa] loja que nos anos 80 enfiou uma agulha de tricotar pela vagina acima para tentar provocar o aborto. Agora não me lixem que o homem não deve poder votar ou as velhinhas de 60 anos. O homem não engravida, é verdade, mas muitos sofrem e bastante com a situação, sobretudo quando ocorre sem que o saibam e sejam confrontados com um facto consumado.
Ou os homens não sentem? São totalmente egocêntricos? Não me toca não quero saber?
Aborto e questao de gajas mas so as que sao ferteis claro!
Só para dizer que subscrevo letra por letra o que disse a tasqs e que se o meu marido tivesse a veleidade de dizer que “isso não me afecta directamente” não seria meu marido por muito tempo!
De uma vez por todas, não é por uma pessoa ter abortado que é hipócrita. É por uma pessoa ter abortado e depois fazer campanha a dizer que não, que é um crime, valha-me nosso senhor etc… como vi muitas beatas e tias a fazer que é hipocrisia.
tasqs, definitivamente não me entendeste ainda. Eu, que não sou afectado directamente, repito, pela questão, votei sim porque tenho opinião sobre o assunto e porque ma pediram. E voltarei a fazê-lo…se ma pedirem. Não é fugir à questão, é achar que ao pedirem o votos a certas pessoas vão acabar por negar a possibilidade de mudar uma lei injusta às maiores afectadas pela própria lei.
Miguel, por muito que me custe dizê-lo, sim, a maior parte dos homens (e das pessoas) são completamente egocêntricas ou, no minímo, desinteressadas por assuntos que não os atinjam directamente (mais uma vez). O pior é que o voto (ou a abstenção, vulgo ida à praia) dessas pessoas acaba (e acabou no referendo anterior) por influenciar a vida de milhares de mulheres sem que esses hipócritas ou desmiolados (à escolha) sentissem sequer uma beliscadela. E isso, para mim, acaba por ser mais grave do que tudo o resto. Houvesse consciência cívica e campanhas informativas decentes (tanto pelo sim como pelo não, onde se ouviram as maiores barbaridades) e talvez a minha opinião fosse diferente. Infelizmente penso que o assunto, já que ninguém tem coragem para o resolver em seu devido local (a Assembleia da República), é tão importante e tão dramático que não pode estar dependente da opinião ou falta dela desses hipócritas e desmiolados.
Para quem acha que se trata de democracia, eu penso que se trata de um valor bem acima da democracia, trata-se da vida de muita gente que é afectada por esta lei retrógada e injusta.
foi isso que eu entendi nelson, so acho que o caminho nao passa por fazer disso um “assunto de gaja fertil”, acho que passa por uma responsabilizacao de, no minimo, o pai da crianca (ou dono do espermatozoide, va). Se existem pessoas que votam de uma maneira ou de outra porque acham que o assunto nao lhes diz respeito, fazer com que so as pessoas que podem ser “directamente” afectadas votem, nao vai melhorar a situacao.
e repito, uma pessoa pode ter abortado, e pode ter se arrependido, e fazer o tudo o que esta ao seu alcance para evitar que outras pessoas passem pelo mesmo, incluindo participar activamente em campanhas que visam aprovar a punicao legal de quem aborte, nao tem que ser, necessariamente, hipocrisia.
Responsabilização? Mas que responsabilização? Já ouviste falar de algum pai preso por abortar clandestinamente? Já ouviste falar de alguma senhora de 60 anos que tenha morrido num vão de escada a abortar? Já ouviste falar de algum padre que tenha ido a Inglaterra abortar?
O problema principal é que, por muito que se possa dizer e escrever, são só vocês mulheres, as que podem vir a passar por esta situação um dia destes, e ainda ser julgadas e presas por isso, que são responsabilizadas, até em termos criminais. O resto é apenas prosa, muito bonita, mas que, à custa dela, continuamos (e pelos vistos continuaremos) com esta lei retrógada.
Deixe-se o referendo avançar, nos mesmos termos que o anterior e veremos qual o resultado! Um referendo de 5 em 5 anos? Talvez, pode ser que se consiga mudar a lei pelo simples cansaço…mas não me parece!
nos termos da discussao que estamos a ter, as alternativas:
_so as gajas ferteis podem votar num referendo sobre o aborto
e
_os donos do espermatozoide teem 50% da responsabilidade sobre o futuro do ovulo e 50% da responsabilidade sobre as consequencias que se tomem sobre este
têem, no meu ponto de vista, a mesma viabilidade, e o mesmo direito a linhas de prosa.
eu prefiro a minha: prefiro discorrer sobre uma utopia em que homens vao presos por terem segurado na mao das mulheres durante um aborto num pais em que este é ilegal, do que uma utopia em que as mulheres em idade fertil sao senhoras unicas e totais de gravidezes e abortos.
se a hipocrisia deste país se sentisse só no âmbito do aborto…
aos denominados “nelson” e “sara” eu bem sei que por vezes não é fácil reconhecer, mas já há uns anos que vivemos em democracia. limitar um referendo às pessoas que vocês dizem que são afectadas directamente é do mais absurdo que eu já ouvi. aliás a ideia de limitar um referendo seja de que forma for é no mínimo ridícula.
de qualquer forma, triste é o país onde se fazem referendos pela despenalização do aborto, e mais grave ainda, onde as pessoas pensam que estão a votar a favor ou contra o aborto.
catarina, tantos comments já sobre isto e ainda nem sequer chegou o dia de debitares a tua opinião, imagino quando te debruçares sobre esse problema “exclusivo das mulheres”.
Acho que estamos todos a dizer o mesmo por palavras diferentes. Também eu, e parece-me que o Nelson, acho que o homem deveria ser directamente responsabilizado, mas a verdade é que NÃO É! Não é responsabilizado por lei. Por lei quem tem de enfrentar um julgamento e a cadeia são as mulheres que praticam os abortos e as “parteiras” (algumas vezes profissionais de saúde) que as tentam de alguma forma ajudar a levar a sua opção em frente. Os homens, desculpem o palavreado, aqueles que foderam, não são responsabilizados por lei. E, infelizmente, a grande maioria deles está-se a borrifar para o facto da gaja ter de fazer um aborto. Eu conheço um “rapaz” de quase 40 anos que já engravidou, pelo menos, 3, porque não gosta de usar preservativo (uma delas a tal amiga que falei mais acima). às 3 mandou fazer abortos, nenhuma foi apanhada´, mas e se fosse? ela ia presa, ele continuava a foder e bazar! Não sei se ele vai votar, acredito que, se votasse o faria pelo sim, mas o mais provável é ir para a praia nesse dia… Porque o problema por lei, INFELIZMENTE, não é DIRECTAMENTE com ele. E se alguma mulher que ele engravidar for para a cadeia ele vai continuar a poder ir para a praia, enquanto ela fica atrás das grades… Assim como a senhora de 60 anos que fez um “desmancho”, ou vários, e se arrependeu (coitadinha). E agora não quer que outras pessoas passem pelo mesmo… e, como tal, faz com que as outras pesssoas passem EXACTAMENTE pelo mesmo. Porque uma coisa é ser contra o aborto, outra coisa é ser contra a sua legalização. Quem tiver de o fazer, faz, mas em más condições. Mas para essa senhora, que se arrependeu (coitadinha), isso não interessa. Agora fica bem agarrar o terço e dizer que se tornou uma boa pessoa!
errata: onde se lê legalização, deve ler-se, descriminalização.
Enfim, viva a hipocrisia. Por este andar a lei vai ficar na mesma e o povo fica contente e a assobiar para o lado.
tasqs, “homens vão presos por terem segurado na mao das mulheres durante um aborto num pais em que este é ilegal”??? Homens? Presos? Por essa razão? No nosso país? Devo andar a ver os noticiários errados, certamente.
Quanto ao senhor luis, os denominados “nelson” e “sara” são o Nelson Santos e a Sara Jofre, pais de uma menina linda e que assinam com o nome, incluindo o nick e o email. São pessoas que dão a cara pelas suas opiniões e nunca se esconderam atrás de um nick não assinado. Falar é fácil, não é?
As opiniões que aqui estão não são assim tão diferentes umas das outras. É preciso é ler com algum distanciamento.
Respondendo ao Luis, respondo ao resto: a minha opinião está no post (com alguma ironia como está esclarecido no meu primeiro ou segundo comentário). Que já me debrucei sobre o problema, parece-me mais do que óbvio: aliás, tenho 41 anos, também me lembro do tempo em que a pílula não se vendia a ninguém sem receita médica e que montanhas de adolescentes faziam abortos, enquanto os namorados saiam da história até com bastante agressividade, muitas vezes (porque a culpa tinha passado a ser delas).
Não sou nem contra nem a favor do aborto: sou a favor da despenalização de uma prática clandestina cujo perigo para a saúde depende das condições financeiras de quem recorre a essa prática e que, para além das marcas psicológicas que deixa (Sara, a tua amiga fez um aborto de ânimo leve: se não tiver mais filhos, daqui a uns anos quero ver se não se lembrará da decisão que tomou) para o resto da vida, independentemente de se achar que se tomou a decisão certa e não haver lugar a arrependimentos, ainda as leva para a cadeia. Enquanto o pai sai da história como se nada fosse com ele.
Como mulher e mãe, considero o aborto uma coisa muito triste, a última das alternativas em desespero. Defendo a sua despenalização. Num mundo perfeito, gostaria de ver nascer todas as crianças e que fossem todas amadas e felizes. Mas o que temos é este.
De qualquer forma, o referendo é o beco sem saída. Agora já não se vai legislar sem este ter lugar e não creio que alguma vez o ‘sim’ ganhe. Fica tudo como está…
também não creio que o sim ganhe, enquanto não estiver esclarecido de que o referendo não é para nos declararmos a favor ou contra o aborto, mas sim contra ou a favor da despenalização deste; porque os abortos, evidentemente, vão ser sempre uma realidade. e acho sinceramente que talvez a maioria das pessoas que votaram não, não se deram conta que contribuíram para a continuação desta situação terceiro mundista, que é a de abortar sem as condições necessárias, e de comportar psicologicamente (além da decisão de abortar) o facto de se estar a cometer um crime.
apesar do assunto ser muito delicado, não há razões para que, a nível legislativo, se ande às voltas com referendos, e não se aprove de uma vez a lei despenalizadora. já para o aumento dos impostos nunca há referendos…
ao sr. “nelson” (apesar de não perceber bem a historia de dar a cara e assinar com nick e email e esconder e não sei quê) falar é fácil sim sr., mas se for para votar estarei lá mesmo não sendo “afectado directamente”.