100nada

E não se fala mais nisso

Desenha-se uma linha, assim:

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e do lado de lá da linha (não é uma linha, é um muro, mas não digam a ninguém…) eu continuo a existir. Tão parecida com o que sou ainda deste lado, que apenas eu verei a diferença.
Este é apenas o intervalo em no man’s land. O programa segue dentro de momentos.


Das coisas da realidade real

Do outro lado da minha mesa estaciona uma fonte de sabedoria e dizeres para quase todas as coisas da vida; e também muito vernáculo de Trás das Fragas – palavras dele – que um gajo, assim nesta espécie de osmose das horas e dos dias, vai apanhando e colando também ao seu discurso. Calha.
Esta fonte de sabedoria contribui muito para que o tempo e as coisas sérias que nos ralam passem melhor com umas gargalhadas, uns épá tem lá calma com essa merda, a solidariedade nos maus momentos, a partilha de umas parvoeiras nas alturas de maior stress.
Discordamos em montes de coisas mas acabamos por concordar em algumas essenciais: nos cigarros que nos permitiram ganhar este espaço, nas atitudes ao menos dorme-se de consciência tranquila, nos berros contra as ineficiências (no mínimo) do sistema. De uma certa forma somos amigos.

Hoje não consigo deixar de pensar numa frase que ouvi muitas vezes em vários contextos e com a qual, discordando, não sou capaz de lhe apontar erros, nesta realidade real:

“cônjuge não é família.”

Por muito que queiramos e nos deixemos levar pelos sentimentos, todos os fios que nos unem não passam de linhas muito frágeis, passíveis de serem cortadas a qualquer momento, bastando para isso exercer o livre arbítrio; ou até meramente por fatalidades externas à nossa vontade:
– na verdade, nada nos une às pessoas senão o sangue e a propriedade.


Dia Mundial do Livro – Beja

O convite da Mar chegou e eu que sim que sim, sem pensar sequer que, se há coisa que detesto (no fundo sou uma criatura tímida), é sentar-me de frente para a assistência. Mas estarei bem acompanhada pelo João Pedro da Costa e pelo Sharkinho, numa conversa moderada pelo (ai meu Deus, e eu que ainda nem consegui ver o DVD inteiro!) Ricardo Araújo Pereira. Pode ser que não tenha que dizer muita coisa, mas também, sendo a linha editorial do meu tasco sem nada, só confere. :)

Dia 23 de Abril, na Biblioteca José Saramago, em Beja.
Na certeza que a programação é excelente e com um enorme obrigada à Mar.

Act: a Gotinha também vai. Já não sou só eu no meio da rapaziada. :)



o princípio do fim

(ou de como todas as mulheres, mais tarde ou mais cedo, socumbem ao dondoquismo suburbano)

Comprei a Caras…e ainda por cima li.

Adenda: acabam de me telefonar a dizer que sucumbir é com ‘u’, mas que as dondocas suburbanas podem escrever com ‘o’


É em dias assim

que me salta de dentro o gajo que há em mim: um que tem mesmo muito mau feitio, que não tem filhos, aquele tipo sem a mais pequena paciência para crianças. Principalmente recém nascidas aos gritos em locais do menos apropriado que há, cujas desenxergadas mãezinhas, na alegria desneuroniada da baixa de parto e da proliferação da espécie, resolvem apresentar a berradora cria a toda a gente que conhecem, esquecendo-se que as outras pessoas têm mais que fazer.
Na verdade esse gajo até divide comigo uma data de horas por dia. Mas é mais esperto que eu e foi tratar de assuntos noutro lado. Sobro eu para maldizer a recém maternidade ambulante. Papel ingrato.




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Passa-se qualquer coisa com o sistema de comentários: está ‘fechado’ automaticamente nos posts anteriores (não vi se é em todos). Penso que anda por aí um ataque de spam (já apaguei uns quantos). E os trackbacks desapareceram.