Das coisas da realidade real
Do outro lado da minha mesa estaciona uma fonte de sabedoria e dizeres para quase todas as coisas da vida; e também muito vernáculo de Trás das Fragas – palavras dele – que um gajo, assim nesta espécie de osmose das horas e dos dias, vai apanhando e colando também ao seu discurso. Calha.
Esta fonte de sabedoria contribui muito para que o tempo e as coisas sérias que nos ralam passem melhor com umas gargalhadas, uns épá tem lá calma com essa merda, a solidariedade nos maus momentos, a partilha de umas parvoeiras nas alturas de maior stress.
Discordamos em montes de coisas mas acabamos por concordar em algumas essenciais: nos cigarros que nos permitiram ganhar este espaço, nas atitudes ao menos dorme-se de consciência tranquila, nos berros contra as ineficiências (no mínimo) do sistema. De uma certa forma somos amigos.
Hoje não consigo deixar de pensar numa frase que ouvi muitas vezes em vários contextos e com a qual, discordando, não sou capaz de lhe apontar erros, nesta realidade real:
“cônjuge não é família.”
Por muito que queiramos e nos deixemos levar pelos sentimentos, todos os fios que nos unem não passam de linhas muito frágeis, passíveis de serem cortadas a qualquer momento, bastando para isso exercer o livre arbítrio; ou até meramente por fatalidades externas à nossa vontade:
– na verdade, nada nos une às pessoas senão o sangue e a propriedade.
- Dia Mundial do Livro – Beja
- E não se fala mais nisso
Catarina, alguma vez tinha de ser
Discordo absolutamente dele, e de ti (há muito para alem do sangue e da propriedade, que esse só por si nada unem)
Quando o meu avô morreu aos 82 anos de idade levava uma vida conjugal de mais de 60 anos. A minha avô, sua mulher, morreria poucos anos depois. Ocupam ambos a mesma campa por vontade própria. Não se pode ser mais família. A não ser que consideres que um era propriedade do outro, não posso deixar de estar em desacordo contigo.
Um beijo, Cat.
Em abstrato, concordo em absoluto convosco. Em concreto este post serve-me como um canto de página dobrada num livro.
Beijinhos.
Um beijinho para ti.
Que eu falava no abstracto. Já no concreto sou sempre um enorme trapalhão a comentar.
Junto o meu ao da Mi
Beijinhos aos dois.
Estava aqui a ver o novo Opel Astra, assim à laia de sapatos…gaijas…:)
É horrível! bahhh … se estás com ideias olha mas é para o C4
Já lá está em cima (obrigada Eufigénio) e não é nada horrível! Só há dois tipos de carros: alemães e suecos. O resto é tudo sucata.
(sim, sim, eu sei que a Opel é feita em Alguidares de Baixo, mas prontes)
(assim que comecei a ler vi logo de quem falavas! 😀 – que eu não conheço, mas já ouvi falar tanto que até parece que sim)
(Quando falas em propriedade eu presumo que não seja tipo “propriedade um do outro” e sim propriedade “de coisas” em comum.)
Concordo e não concordo: depende tudo da intensidade de cada relação e, sobretudo, do modo como é sentida. Que ele há pactos que são como de sangue – mesmo depois de uma ruptura.
Oi, cat
não podia concordar mais, quando chega a hora só o sangue conta o resto são adreços.
Mas cara amiga, o k me leva a comentar-te pela 1ªvez(a minha estreia mundial)é o facto de não me conseguir conter em relação ao alemes e suecos, sinceramente Cat, acho k desta vez ultrapassas-te todos os limites.
(É k os suecos nem têm carros, o k tu achas k é deles é dos americas) sorry Bjos
Pois é, mana, farto-me de contar as histórias deste ‘cromo’. :DDD
(claro, propriedade nesse sentido).
O resto sim e não.
Gostas do Opel Astra novo ou devia antes comprar carrinha?
Yep.
Os suecos não têm carros, uma gaita, Guy (mas e o que é que estou a fazer? Discutir carros CONTIGO???? Devo estar maluca!).
Gostei dessa estreia mundial cheia de kapas. Não há vento hoje?
Beijinhos.
Não sei se concordo com a tua afirmação. Pelo menos quando existem filhos – eles são laços vivos permanentes. Pelo menos quando são pequenos. Acho eu. Mas se calhar estou errada, não sei.
Acho que isto quer dizer que só o concreto nos une. O meu lado romântico não acredita nisto, mas é possível que seja verdade.