100nada

Agora calem-se todos!

Ai que pena, que pena não poder aqui colocar (meter, barrar, passar) o que estou a ouvir neste preciso momento…
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(momento)
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(mais um momento)
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(xiu)
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And did they get you trade your heroes for ghosts?
Hot ashes for trees? Hot air for a cool breeze?
Cold comfort for change? And did you exchange
a walk on part in the war for a lead role in a cage?

(as vezes que eu já meti isto aqui)




Eu avisei que isto ia mesmo ser post!

– …e estivemos lá umas três horas…
– Três horas às compras?
– Não, foi só lá.
– Três horas às compras na mesma loja???
– Sim, filha.
– Três horas às compras dentro da mesma loja???
– Sim filha!
– Todas?
– Sim, filha: eu, as manas e a M. .
– A M. também foi???
– E portou-se muito bem!
– Estiveram as quatro três horas na mesma loja de roupa???
– Sim filha. (ouves mal?) Foi pena não teres ido.
– Oh! Pois foi!

É assim que se educam as mulheres na minha família.
Desde os 3 anos.
Mai nada!

(é tudo mentira, tudo mentira, inventei tudo agora, pronto!)


Os blogs são chatos ou é de nós?

Há dias em que uma pessoa liga isto com imenso entusiasmo, abre janelas seguidas, lê tudo um bocado a correr para não perder nada (eu sei que é um contrasenso mas é o que acontece mesmo) e sorri ou ri ou exclama ah que giro! e olha este! São dias de pontos de exclamação.

Outros em que se abre uma janela e, quando se começa a ler alguma coisa, o botão do rato clica sem querer no x, olha esta fechou nem li tudo, paciência e abre-se outra e olha-se para o texto que lá está e encolhe-se os ombros, siga; outra e é comprido demais, mais uma e um tá bem, tá bem e ainda outra sim, sim e a próxima pois, pois e a seguinte mas que chatos que eles estão todos hoje!

(Chatos estamos nós, mas é mais fácil culpar os outros de faltinha de interesse…)




Tem piada

Estive a ler algumas coisas sobre o assunto dos posts de baixo e mais uns trocos, aí pelos blogues fora. Digamos que a leitura me demorou uns 10 minutos para perceber uma coisa curiosa: os rapazes que escreveram posts sobre o assunto nunca tiveram qualquer problema com a sexualidade deles, com a aprendizagem da tal auto-recreação ou como raio se chama (manipulação?) agora a vulgar punheta. Eu, por mero acaso, provavelmente e por total coincidência, estou certa, nunca conheci nenhum homem que não se conseguisse vir (falando bem e depressa que tenho os bifes quase no ponto de virar e não tenho tempo para paninhos quentes).

Mas não li nada escrito por mulheres que diferenciasse a sexualidade masculina da feminina. Nem por homens, para o caso. Noto, com grande satisfação, que 99% da blogsfera é composta por criaturas sem qualquer problema dessa ordem. Devo viver num mundo estranhíssimo onde grande parte das mulheres se queixa do ter de fazer de conta e gemer umas coisas e tal, a ver se o parceiro se despacha com aquilo…enfim. Não estou para me maçar a educar a classe operária, já que a diferença entre o orgasmo feminino e a falta dele é, afinal, uma mera questão de ter ou não ter um blog.

Da próxima vez que alguém tiver uma conversas dessas comigo digo-lhe logo quais os blogs a ler, que resolve na hora os problemas todos.

Não tenho a mais pequena paciência para o politicamente correcto, como é mais do que sabido. Muito menos para tudo quanto é palerma a dizer que nunca teve problemas em bater uma: pelos vistos a quantidade de palermas que continua sem saber bem qual é a diferença entre uma pilinha e um pipi é bem demonstrada também aqui, nesta blogsfera.

Vou mas é virar os bifes, já se devem ter esturricado.



Escrevendo umas ideias sem saber do que se trata

(Vou já avisando que este post é apenas sobre o que tenho lido e sem qualquer conhecimento de causa. Se toda a gente pode amandar bitates sobre montes de coisas que desconhece por completo, não vejo porque não possa eu fazer o mesmo).

Consta que anda para aí um programa escolar a levantar uma celeuma do caráças. Trocando a coisa por miúdos e chamando os bois pelos nomes: não há fome que não dê em fartura (e este ditado aqui até se pode aplicar com alguma propriedade) e se ainda ontem a educação sexual nas escolas era inexistente, hoje parece que se está a ensinar a miudagem a bater umas punhetas. E toda a gente se insurge. Não faço ideia se com razão, se sem razão, mas eu como sou do contra e apetece-me escrever e defender umas ideias do contra sem qualquer base de conhecimento do que realmente se passa, vou inventar uns argumentos:

Escrevi ali em cima que a educação sexual nas escolas era inexistente? Péra lá! Mas isso é um enorme erro. Toda a vida existiu educação sexual nas escolas. As escolas foram sempre a maior fonte de conhecimentos empíricos e outros até muito mais práticos sobre o tema. Com miúdos com as hormonas aos saltos pela primeira vez na vida, a trocarem de voz, a acordarem de noite, a terem o período e maminhas a crescer e a sentirem coisas esquisitas e intensas como vontade de lamber a boca toda à/ao colega mais giro da turma ou dar uns valentes murros na loira/moreno que acaba por levar a taça, bater as portas em casa e chorar sem qualquer razão, a escola foi sempre o principal educador. Em todo o lado, excepto nas salas de aulas: nos intervalos, nos cantos dos recreios, nas casas de banho. Basta relembrar as portas das casas de banho dos nossos ciclos e liceus, todos aquele corações e frases brutais, escritas por (no caso das casas de banho das meninas) rapariguinhas pequenas que ainda deviam andar com as Barbies atrás (segundo os pais, que raramente dão conta que os filhos crescem), mas que em vez de trocarem vestidinhos e botas, escrevem coisas nas portas (coisas como a Vanessa é uma puta porca, lambe o caralho do Libório e engole ou apalpa-me as mamas e espeta-mo todo). Calculo que as portas das casas de banho dos rapazes não fossem muito diferentes.

O que nunca faltou na escola foi educação sexual. Concursos de pilinhas e performances privadas, revistas porno trazidas às escondidas, contam-me os meus amigos. Segredos de beijos e sensações e apalpadelas entre as meninas. Tudo muito baixinho para ninguém ouvir, que é mau e feio e porcaria, mas isso nunca impediu pré-adolescente ou adolescente nenhum de ir ver como era, experimentar aquela maneira, ler o livro Kama Sutra que apareceu roubado dos pais, e falar e fazer tudo quanto há com os amigos da escola.

Talvez eu seja de uma geração um bocadinho acima das pessoas que se indignam muito agora. Talvez eu veja as coisas de outra forma, por ser de um tempo em que as farmácias se recusavam a vender pílulas se as raparigas tivessem caras de miúdas, em que 90% das raparigas da minha geração fizeram abortos antes dos 15 anos, que os rapazes eram todos alérgicos à borracha dos preservativos e onde nasceram dezenas de bebés que se chamam bebés Rendel ou lá como se chamava a forma mais popular de (não) anticoncepção que existia na altura. De uma geração em que grande parte das mulheres agora com a minha idade e uma catrefada de filhos dizem que não fazem a mais pequena ideia do que seja um orgasmo.

Dito isto, a conclusão a que chego é a seguinte: nunca faltou informação a nenhum miúdo. Era má, deficiente, distribuida pelos outros que também não tinham os dados completos. Os resultados não foram grande coisa. Não vejo que os putos que têm acesso a tudo e mais alguma coisa, bastando para isso ligar um botão do computador e acedendo a um site porno (e se não for em casa por terem pais atentos, é noutro lado qualquer, ou alguém que está a ler isto nunca leu nenhuma revista porno com 11, 12 anos? Tenham paciência…), sofram por aí além por alguém lhes indicar uma geografia corporal. Mesmo que seja mal ensinada, qualquer coisa é melhor que o enfiamotodo das portas da casa de banho. Nestas coisas, uma pessoa tem sempre de pensar nas alternativas existentes.

agora posso escrever o mesmo post defendendo o oposto se quiserem…