100nada



Santa paciência (2)

O “Não me Fodam” anterior não era só para efeitos literários. Ficou ali bem, é verdade (baba baba) mas a questão não é apenas espetar um ou dois palavrões porque fica giro. Quer dizer, é, mas neste caso em concreto, significa o seguinte:

Eu, pura e simplesmente, não admito que essa regra básica de boa educação (não se dizem palavrões) se tenha que aplicar à escrita. Muito menos por se ser uma senhora. Os cavalheiros, que eu saiba, também não os devem dizer, mas no caso deles, em certas circunstâncias, admite-se e até fica bem, é de homem e tal (opinião de algumas pessoas, não forçosamente a minha). Mas aqui o que interessa é que nunca vi nenhum homem ser acusado (naquilo que escreve) de usar uma linguagem mais vernacular, como se isso fosse um facto deplorável. Ora aquilo que se escreve (e que não tem de corresponder à realidade em todas as circunstâncias) não pode ter limites relacionados com o sexo (aquele tal ‘género’) da pessoa que escreve. Como se calculará, a minha (modesta mas minha) opinião sobre essa treta da escrita feminina vs masculina só serve para encher salas de gajas giras e de gajos que vão ao cheiro. Divertido, bem mais divertido que uma sala só de tipos que se levam demasiado a sério, mas não acrescenta grande coisa: ou se acrescentar, acrescenta no sentido da manutenção da divisão entre as parvoeiras que o gajedo escreve e as parvoeiras que a rapaziada escreve. Coisa totalmente inútil, porque se eu assinar ‘José Silva’ toda a blogsfera e mais um par de botas engole que eu sou um homem. O mesmo acontece se um tipo abrir um blog e assinar, por exemplo, Maria dos Prazeres.
Aliás deve haver muito boa gente a morrer a rir com esta coisada toda




Carta Aberta ao Além

Caro Manda Nisto Tudo, na Vida e nas Coisas Todas do Mundo e do Universo,

Não é que me esteja a queixar, repare! Não tem problema nenhum e o modelo que me foi atribuido está perfeitamente ok, operacional dentro das limitações próprias e não me tem dado grandes desgostos. É evidente que, se formos ao detalhe, pois poderiam ter sido deixadas de fora hérnias discais e eu não me teria importado muito de ter sido contemplada com uma vesícula cujo prazo de validade fosse além dos quarenta anos, mas enfim: tudo isso é apenas corpo, ossos e carne e sangue e gordura e pele e miúdos, que se ultrapassa facilmente com muita meditação zen e alguns anti-inflamatórios.
Não.
Aquilo que aqui me traz, nesta pequena oração, tem mais a ver com a parte electrica da coisa. Ou electrónica, os bits e os códigos em placas microchipadas presas a uma porcaria cinzenta e nojenta, os impulsos de uns para os outros, essa tanga toda que um gajo traz acima do pescoço e não estou a falar do cabelo (mas já agora apresento aqui uma queixa formal quanto a essa parte: que me foi entregue com um engano a nível de côr e que me custa uma fortuna a emendar o erro todos os meses; mas adiante) na parte cerebral, portanto, era o que eu estava a dizer; não estou nada contente com isto: serve pois a presente para solicitar que, na próxima encarnação, juntamente com aqueles instintos básicos de respirar, olhar, comer, digerir, e perguntar para que serve isto que tenho na mão, virem já incorporados no modelo original alguns conhecimentos inatos de código html.
Era só isso; antecipadamente agradecida, subscrevo-me com os meus melhores cumprimentos e aproveito para lhe dizer que bem podia era tomar melhor conta desta porra toda, que só demorou seis dias para fazer e nota-se!


Os meus agradecimentos

– à SOCA, que aturou as minhas ganso-patolices durante este tempo todo, a estragar a linha editorial da coisa e a pegar-me com os admiradores das sócias;

– ao Devagares, esse excelente blog colectivo que muito simpaticamente me acolheu em dias de solidão bloguística e que eu abandonei repentinamente por razões que ficam na privacidade do email. Muito obrigada!

– a todas as pessoas que me fizeram saber que gostavam de continuar a ler os meus dislates. Uns queridos todos.


Um peixe chamado Óscar

É o que se me apraz escrever sobre o assunto. O peixe é meu, quer dizer, é do meu filho; um dia o aquário partiu-se mas salvou-se o Óscar e as pedrinhas do fundo foram para o lixo com os cacos. Eram côr de pedra, agora as novas são azuis, amarelas, vermelhas e verdes. O Óscar continua a nadar às voltas no aquário novo e os fusos horários não me permitem trocar o meu por quaisquer outros.

Adenda que assim poupo espaço e tempo e vai tudo no mesmo post: podia inventar uma grande teoria sobre comentários, sobre o facto de ter alguma coisa a escrever ao mundo não implicar que tenha que ler o que o mundo tem para responder e até era logo uma coisa daquelas mesmo ‘simpáticas’ que eu vou debitando aos meus leitores; mas não é o caso. O que se passa é que não tenho tempo nem disponibilidade para blogar (entenda-se blogar como escrever um post, ler as respostas, responder às respostas e fazer isso tudo no meu e nos outros blogs), só para escrever mesmo. E ler alguma coisa que me interesse noutros lados. Desta forma, poupo-me a passar a vida a clicar na porra do blog a ver se já há mais feedback. Não havendo, só cá venho uma vez e depois vou à minha vida. Foi o que fiz neste intervalo, com um pequeno tasco sem comentários e com creio que quatro ou cinco leitores que lá foram ao engano (com tempo, translado os posts para não deixar mais escrevinhices espalhadas).


Um vaipe

inconsciente, inconsequente talvez.
Mas não da mesma maneira. Não da mesma maneira.

Tenho coisas para dizer ao mundo. Para escrever ao mundo. O mundo, claro, está-se nas tintas e assim é que deve ser. Não tem que se ligar, não se deve ligar.
Mas eu preciso do meu caixote no canto do parque; trepar lá para cima e debitar umas coisas, de vez em quando. Sem companhia, porque os caixotes só têm lugar para um, não há lugar para mais. Chamem-lhe ego, chamem-lhe maradice, chamem-lhe o que quiserem: eu chamo-lhe qualquer coisa, é indiferente. Chamo-lhe a minha alegre casinha. Estou farta de abrir e fechar blogs, estou farta de me esquecer de users novos e passwords, estou farta de reciclar o meu lixo em caixotes dispersos. Ora, se está aqui este…siga para linha, bingo, totoloto, euromilhões. Para a frente, para o lado, para qualquer lado.

O melhor blog é o meu. O meu blog favorito é o meu. Quem não pensa dessa forma sobre o seu blog, só pode ser tolinho, para que raio tem um, então? E, não havendo nenhum melhor que o meu (para mim) (que até há, mas este é o melhor na categoria onde este está e nenhum outro tem lugar) (e dos meus, até há mais favoritos que este, mas desta categoria, só há este e) (nunca meti tantos parênteses seguidos, se calhar não se pode) (que se lixe) tenho saudades dele (confesso) (tenho e então, não se pode?) (pode-se o que se quiser)

(pode-se inclusive deixar o post a meio e)
(noutro dia)

Aquela porra ali debaixo do post toda desconfigurada
(noutro dia)