100nada

Santa paciência (2)

O “Não me Fodam” anterior não era só para efeitos literários. Ficou ali bem, é verdade (baba baba) mas a questão não é apenas espetar um ou dois palavrões porque fica giro. Quer dizer, é, mas neste caso em concreto, significa o seguinte:

Eu, pura e simplesmente, não admito que essa regra básica de boa educação (não se dizem palavrões) se tenha que aplicar à escrita. Muito menos por se ser uma senhora. Os cavalheiros, que eu saiba, também não os devem dizer, mas no caso deles, em certas circunstâncias, admite-se e até fica bem, é de homem e tal (opinião de algumas pessoas, não forçosamente a minha). Mas aqui o que interessa é que nunca vi nenhum homem ser acusado (naquilo que escreve) de usar uma linguagem mais vernacular, como se isso fosse um facto deplorável. Ora aquilo que se escreve (e que não tem de corresponder à realidade em todas as circunstâncias) não pode ter limites relacionados com o sexo (aquele tal ‘género’) da pessoa que escreve. Como se calculará, a minha (modesta mas minha) opinião sobre essa treta da escrita feminina vs masculina só serve para encher salas de gajas giras e de gajos que vão ao cheiro. Divertido, bem mais divertido que uma sala só de tipos que se levam demasiado a sério, mas não acrescenta grande coisa: ou se acrescentar, acrescenta no sentido da manutenção da divisão entre as parvoeiras que o gajedo escreve e as parvoeiras que a rapaziada escreve. Coisa totalmente inútil, porque se eu assinar ‘José Silva’ toda a blogsfera e mais um par de botas engole que eu sou um homem. O mesmo acontece se um tipo abrir um blog e assinar, por exemplo, Maria dos Prazeres.
Aliás deve haver muito boa gente a morrer a rir com esta coisada toda