No semáforo vermelho
(Campo Pequeno)
Passa um avô com uma neta pela mão. Ele encasacado, de barba branca, ela de puxinhos loiros e de saia aos quadrados. Atravessam com cuidado e, enquanto esperam por outro semáforo, o avô encosta a outra mão à testa da neta, como que a ver se tem frio, não febre, mas frio, devias ter um carapuço, está um vento gelado, mas não larga a outra mão. Leva-a pela mão, os carros arrancam e param na esquina seguinte, prioridade aos peões, passam à minha frente, apressados agora. O avô aponta umas obras, esta grade não devia estar na ponta da passadeira, tem que se dar a volta e já os carros arrancam e os dois ainda no asfalto. E nunca larga a mão da criança. Porque nunca largamos a mão das crianças, são pequenas ainda, mesmo que já sejam altas. Agarramos a mão para as ter perto, para as proteger, porque não queremos que lhes aconteça um azar. Porque ainda são pequenas e precisam de ser protegidas, é isso.
Damos a mão e esperamos que as grades nas passadeiras sejam curtas e os carros arranquem com cuidado.
- Sabes
- a fazer um filme
Tao bonito Catarina, tao bonito
obrigada Ana.
Ó que lindo!
…nunca largamos a mão das crianças, são pequenas ainda, mesmo que já sejam adultas, pais de filhos,………………….
é doce