Atirar para o lado, para trás das costas, para debaixo do sofá, do tapete, eu a aprender com a cadela, ou ela comigo, ou sempre fomos as duas assim, eu a dizer pairar acima, ela a esconder a bola no canto mais complicado de chegar. Haverá quem diga não é…
Read more
Tenho fome. Preciso de arrumar roupa, a cozinha, sacos de tralha. Limpar sanitas parece-me mais útil. Preciso de ver um filme, umas séries, umas stories. Pintar as unhas, esticar o cabelo, esticar-me no sofá. Preciso de um café, doi-me a cabeça, se calhar não pus gasóleo, tenho e-mails para ver,…
Read more
Sim, sempre ateus e descrentes, não há universo senão o real, esse composto de átomos e cenas muito muito pequenas que rodam e correm ou fazem piruetas e mortais encarpados à volta de outras ainda mais minúsculas e todo esse movimento mexe connosco e a nossa convicção de que não…
Read more
Quando acendi as luzes da árvore, só temos ainda a árvore, uma ilha no meio do caos, tem pouca coisa este ano, mas está bonita não está, filho? Está óptima, não precisa de mais nada, mãe, quando olhei para as luzes, quando olho agora e ignoro tudo o resto, quase…
Read more
Cada vez tenho menos. Tempo sem nada. Não é que não tenha tempos mortos, inactivos, tenho. Às vezes prolongam-se tanto que conto minutos, passou um, passou outro, só passaram cinco? Esses são longos, cansam-me. Não é tempo sem nada, esse é tempo cheio de vazio, cheio de alternativas melhores que…
Read more
Em 1999 o mundo ia acabar. Estava a chegar o ano 2000 e o vírus y2k, um bug que ia explodir em todos os sistemas porque lhes faltava um contador a virar um número e voltaria ao zero. Ou coisa parecida. A histeria foi geral, íamos todos regredir à idade…
Read more
É mesmo verdade que, como se nota nas fotos, eu guardei o Expresso. Há 9 anos, apareci na capa do Expresso. Um quadradinho a remeter para o artigo da revista, uma amabilidade do Henrique Monteiro com quem eu ia conversando no Twitter e que me autorizou a usar a foto…
Read more
Há merdas que me deixam doente. É isto. Merdas que me tiram do sério. Eu respiro, eu digo ahommms interiores, eu cravo as unhas nas mãos, eu desvalorizo, eu penso a minha vida não é isto, eu conto até sete mil quatrocentos e noventa e seis, eu peso se é…
Read more
A qualidade de um verniz das unhas mede-se pela quantidade que fica nos dedos quando se tem as mãos a tremer enquanto as pintamos. Não é nenhuma metáfora, estou incapaz disso, cansaço extremo. É um facto, pintei as unhas ontem e temi (e tremi) o pior o tempo inteiro, mas…
Read more
Um dia, a organizar uma caça ao tesouro (organizava todos os anos) e a esconder envelopes, decidi enfiá-los todos numa parede de rede, completamente à vista. É giro, há fotografias das pessoas à procura por todo o lado e os envelopes ali, vêem-se perfeitamente. Só resulta uma vez, mas calhou…
Read more