100nada

Ainda estamos a 11 de Dezembro

e a árvore de Natal

BAUM!

– QUE É QUE FOI ISTO?
(a pergunta berrada pelo meio do barulho do chuveiro)
– foi a árvore…
(a resposta em font 7)
– FOI O QUÊ???
– a árvore de natal…caiu…
(font 5)
– CAIU? COMO???

depois de muito berro “não te chegues á árvore muito menos se tem bolas partidas!”, de toalha enrolada a rir à porta da sala, lá se esclarece que foi só um toquezinho (para arrancar a correr um chocolate mais preso enquanto a mãe foi ali tomar um duche num instante)


A Bússola Dourada – review

Acabadinha de chegar do cinema, que não queria falhar a estreia do A Bússola Dourada. Hum…dividida. Entre um excelente filme que segue muito bem a acção do filme e um filme que falha na parte filosófica da questão que é o mais interessante na obra. Produção magnífica, personagens como se imaginam na leitura, fotografia e encenação muito boas. A história…como sei qual é, não sei se quem nunca leu os livros percebe realmente a ideia. Fico com a impressão que não, que aí há uma falha – mas como é que se conta a história sob esse prisma? – e que o espectador normal anda ali um bocado às aranhas e acaba por se encostar para trás e apreciar a paisagem.

Uma nota curiosíssima: o primeiro livro não acaba bem, em nota positiva. Acaba num “to be continued” que nos faz ir a correr tirar o segundo da estante (e enervarmo-nos um bocado com a primeira parte, que é uma história paralela que só mais tarde volta a encontrar as personagens do primeiro). Mas acaba em bastante desconforto moral para o leitor. No trailer do filme (vide post abaixo) estão imagens dessa parte do livro. Mas na versão do filme que acabei de ver, cortaram esse último capítulo do primeiro capítulo. O filme acaba num espaço de suspense mas em nota positiva de “vamos conseguir resolver isto e tal”. Filmaram tudo, está no trailer, mas agora decidiram – à última hora? é o que parece – não mostrar essa parte. Tem piada, não tem? (claro que eu estou mais do que lixada com isso, como é evidente).

Adenda: ao nosso lado uns adolescentes infernais, no auge do mandar bocas a todos os anúncios e afins antes de começar o filme. Depois? Nem se mexiam nas cadeiras. Completamente vidrados. E eu também. Valeu imenso a pena, apesar do gosto amargo do corte do final.



Bolinhos de chocolate

Uma pessoa diz, inocente, que gosta de cozinhar e, tau!, mete-se logo em assados! Começam logo a pedir receitas para isto e para aquilo e «ah, anda cá a casa fazer o jantar para pormos a conversa em dia» e tal. E por falar em assados e como o tempo vai frio, estes bolinhos de chocolate são uma boa desculpa para dar trabalho ao forno.

Primeiro, aquecemos o forno a 200º, para os bolinhos receberem umas boas-vindas calorosas assim que lá entrarem. Depois pegamos em 110 g de manteiga amolecida que batemos com 200 g de açúcar até ficarem num creme fofo e doce (só vale meter o dedo uma vez para provar!). A seguir é a vez dos dois ovos, que se juntam um de cada vez.

Noutra tigela, misturamos bem os ingredientes secos – os 120g de farinha, as duas colheres de chá de fermento para bolos, uma pitada de sal e os 50g de cacau (por amor daquilo que vos é mais sagrado, usem cacau, esqueçam o chocolate em pó!). Alternando com um copo de iogurte natural (para fazer de conta que é saudável), juntamos os ingredientes secos ao creme de ovos até ficarmos com uma massa macia e mesmo a pedir para meter um dedo (para provar, claro está!). Resistindo com bravura à tentação de pegar numa colher e comer a massa assim mesmo, distribuímo-la por forminhas forradas com papel e apresentamo-la ao forno, onde fica 15 minutos (mais ou menos).

Agora, para os bolinhos ficarem bons, mas mesmo mesmo bons, batemos um pacote de natas com duas colheres de açúcar até ficar um chantilly firme e espalhamos por cima dos bolinhos depois deles terem arrefecido. Depois quero ver se conseguem comer só um!

Sofia Barbosa

adenda: esta receita foi baseada neste post.



A Bússola Dourada

Este é um post que me dá mesmo gozo escrever.

Em 2000 e coiso, estava eu na Amazon.com à procura de coisas novas. Tinha uma lista de autores de ficção científica/fantasia que costumava ler e já estava a mandar vir uma data de livros mas, sem acesso às mesas e estantes do Waterstones ao (literal) virar da esquina, o que me restava era ir vendo o que saía e apostar naqueles que me pareciam bem.

Não conhecia aquele autor, Philip Pullman, mas a trilogia His Dark Materials tinha ganho prémios e a sinopse pareceu-me interessante. Encomendei.

(foi uma encomenda bestial. Ao mesmo tempo que o Philip Pullman, mandei vir também um pouco às cegas, outros que eram absolutamente extraordinários; encontrei a tradução na Bertrand a semana passada, lá irei, noutro post)

Só anos mais tarde é que percebi que aqueles livros eram para um público jovem. Estou para saber porquê, mas que eles gostam, gostam, mesmo que não entendam a parte complicadíssima da religião e da quase blasfémia que aquela obra é, para os católicos. Mas os livros e a história eram, sem sombra de dúvida, do melhor que li do género até hoje. De agarrar o leitor desde o primeiro volume (“The Northen Lights”, que nos EUA saiu com o título “The Golden Compass”, dando agora o nome ao filme) até´à última página do último. Brutal em algumas ideias, brutal na forma como não há personagens boas e más: há pessoas, há interesses e há escolhas. E há redenção, também, até ao último segundo. E castigo. Se a miudagem gosta, é bom que leia, porque está a anos-luz dos Harry Potters (que eu gosto imenso, atenção!).

Uns tempos depois, há dois ou três anos, vi que os livros tinham sido traduzidos para português. Muito mal traduzidos, diga-se. Para leitores de Harry Potter, bacalhau basta, que as traduções dos livros para adolescentes podem ser feitas com os pés, já que eles não sabem ler ou falar. Uma miséria esse nivelar por baixo mas, mesmo assim, ofereci-os ao meu sobrinho mais velho. A mana teve que os ler, para lhe explicar uma data de coisas e acabou por optar, na altura, dizer-lhe para saltar um capítulo ou outro, que o miúdo era capaz de se impressionar e não adiantava muito ao fio da narrativa.

Isto tudo para dizer que o meu sobrinho os adorou. E que, há uns dias, me mostrou um video na net de apresentação do filme. Eu, a leste, sem saber de nada. Contentíssima que a produção e os actores parecem muito bons. E ansiosa por ir ver. Mais do que o Senhor dos Anéis, muito mais. Devo ser dos poucos adultos em Portugal que leu aquela trilogia. Não sei o que é que estão à espera…

A Bússola Dourada site oficial