100nada






Porque é que se mudam as cores de um blog

Eu já escrevi sobre isto, mas a idade não perdoa, uma pessoa fica repetitiva, acontece…(três dias, três dias, três dias, três dias, três dias, três dias…hã? ah desculpem, entrei em loop…)

Para escrever é preciso um certo desconforto. Ou se calhar não, mas um gajo lê muita literatura (resumida no RDigest, claro, claro) e fica com a sensação que, para escrever bem (às vezes adorava ser mosca para ver a cara de algumas pessoas a lerem isto agora), é preciso que se tenha alguma fome e apenas umas côdeas duras para roer, que a luz seja de vela de segunda (um pouco chorona e com tremuras), que as meias tenham buracos e que o frio seja tapado com cobertores de papa, daqueles em que o calor é induzido não pela qualidade da lã mas pelo peso. Que se sofram até umas dores vagas, nas costas e no peito, uns apertos, umas más digestões, maus fígados, coisas assim. Para que a escrita em desconforto fisico se traduza num formigueiro, numa vontade de não estar ali mas não haver alternativa; para que se torne inquieta, angustiada, um pouco vazia, um pouco soturna, um pouco cínica, um pouco uma data de coisas que são necessárias se não se quiser que seja sempre uma escrevinhadura-pantufa.

(tudo tretas e até estou com umas botas novas, giríssimas e ainda por cima do mais confortável que há, mas enfim, para efeitos literários, o que conta é o que está acima)