Parece que sim, Ana, já se queixaram disso…tenho de ir ver dos códigos das cores (a Vi deixou um link) para ver se consigo que fique sempre da mesma. Este não é compatível com o Firefox aparentemente.
Cristina
😉 Amei, Catarina! Obrigada!
E, é linda sim!
Maré
Olá linda
Não fugi, só pareço distraída mas esta ia-me escapando. Mesmo assim, fora da ampulheta, valeu a pena porque há locais para recordar sempre. 😉
Uma Baía de emoções guardada por uma fortaleza de recordações, certo?
Mas hoje vou aqui deixar-te um dos poemas que mais gosto de ouvir declamar.
Autor: Luandino Vieira, Angola
“Canção para Luanda”
A pergunta no ar
no mar
na boca de todos nós:
– Luanda onde está?
Silêncio nas ruas
Silêncio nas bocas
Silêncio nos olhos
– Xé
mana Rosa peixeira
responde?
-Mano
Não pode responder
tem de vender
correr a cidade
se quer comer!
“Olá almoço, olá almoçoeee
matona calapau
ji ferrera ji ferrereee”
– E você
mana Maria quintandeira
vendendo maboques
os seios-maboque
gritando, saltando
os pés percorrendo
caminhos vermelhos
de todos os dias?
“maboque, m’boquinha boa
doce docinha”
– Mano
não pode responder
o tempo é pequeno
para vender!
Zefa mulata
o corpo vendido
baton nos lábios
os brincos de lata
sorri
abrindo o seu corpo
– seu corpo cubata!
Seu corpo vendido
viajado
de noite e de dia.
– Luanda onde está?
Mana Zefa mulata
o corpo cubata
os brincos de lata
vai-se deitar
com quem lhe pagar
– precisa comer!
– Mano dos jornais
Luanda onde está?
As casa antigas
o barro vermelho
as nossas cantigas
tractor derrubou?
Meninos das ruas
cacambulas
quigosas
brincadeiras minhas e tuas
asfalto matou?
– Manos
Rosa peixeira
quitandeira Maria
você também
Zefa mulata
dos brincos de lata
– Luanda onde está?
Sorrindo
as quindas no chão
laranjas e peixe
maboque docinho
a esperança nos olhos
a certeza nas mãos
mana Rosa peixeira
quitandeira Maria
Zefa mulata
– os panos pintados
garridos, caidos
mostraram o coração:
– Luanda está aqui!
Todos os beijos atrasados e mais um soprado do alto do coqueiro.
Maré
Ai esqueci de dizer que hoje foi uma agradável surpresa encontrar o «azul» no teu blog.
Tenho saudades, muitas. Mas, há sempre um dia de voltar…
Maré, sem palavras. Também tenho saudades, minha querida, mas os dias bons são sempre onde se regressa, mais cedo ou mais tarde – quando se puder.
Um beijo.
Sei que não tem nada a ver, mas pq e que se abro o teu blog com o Firefox ele aparece branco e, se abro com o IE ele aparece azul????
Parece que sim, Ana, já se queixaram disso…tenho de ir ver dos códigos das cores (a Vi deixou um link) para ver se consigo que fique sempre da mesma. Este não é compatível com o Firefox aparentemente.
😉 Amei, Catarina! Obrigada!
E, é linda sim!
Olá linda
Não fugi, só pareço distraída mas esta ia-me escapando. Mesmo assim, fora da ampulheta, valeu a pena porque há locais para recordar sempre. 😉
Uma Baía de emoções guardada por uma fortaleza de recordações, certo?
Mas hoje vou aqui deixar-te um dos poemas que mais gosto de ouvir declamar.
Autor: Luandino Vieira, Angola
“Canção para Luanda”
A pergunta no ar
no mar
na boca de todos nós:
– Luanda onde está?
Silêncio nas ruas
Silêncio nas bocas
Silêncio nos olhos
– Xé
mana Rosa peixeira
responde?
-Mano
Não pode responder
tem de vender
correr a cidade
se quer comer!
“Olá almoço, olá almoçoeee
matona calapau
ji ferrera ji ferrereee”
– E você
mana Maria quintandeira
vendendo maboques
os seios-maboque
gritando, saltando
os pés percorrendo
caminhos vermelhos
de todos os dias?
“maboque, m’boquinha boa
doce docinha”
– Mano
não pode responder
o tempo é pequeno
para vender!
Zefa mulata
o corpo vendido
baton nos lábios
os brincos de lata
sorri
abrindo o seu corpo
– seu corpo cubata!
Seu corpo vendido
viajado
de noite e de dia.
– Luanda onde está?
Mana Zefa mulata
o corpo cubata
os brincos de lata
vai-se deitar
com quem lhe pagar
– precisa comer!
– Mano dos jornais
Luanda onde está?
As casa antigas
o barro vermelho
as nossas cantigas
tractor derrubou?
Meninos das ruas
cacambulas
quigosas
brincadeiras minhas e tuas
asfalto matou?
– Manos
Rosa peixeira
quitandeira Maria
você também
Zefa mulata
dos brincos de lata
– Luanda onde está?
Sorrindo
as quindas no chão
laranjas e peixe
maboque docinho
a esperança nos olhos
a certeza nas mãos
mana Rosa peixeira
quitandeira Maria
Zefa mulata
– os panos pintados
garridos, caidos
mostraram o coração:
– Luanda está aqui!
Todos os beijos atrasados e mais um soprado do alto do coqueiro.
Ai esqueci de dizer que hoje foi uma agradável surpresa encontrar o «azul» no teu blog.
Tenho saudades, muitas. Mas, há sempre um dia de voltar…
Xi grande
Beijinho, Cristina.
Maré, sem palavras. Também tenho saudades, minha querida, mas os dias bons são sempre onde se regressa, mais cedo ou mais tarde – quando se puder.
Um beijo.