100nada

Vá-se lá entender a psicologia do adsense

Eu hoje estou do contra, mas caramba! Olhem-me para aquela coluna do adsense! Se aquilo é coisa que se apresente num blog técnico de um gajo como eu! Ele é clubes da amizade, à procura do amor, se quer ter um encontro hot, mas afinal onde é que vão buscar a psicologia dos anúncios? Alguém se anda a queixar nos comentos? Estaides a estragar-me o blog todo, suas mal fod…er, suas mulheres independentes que não precisam de ninguém! Isto assim não pode ser!

Agora aqui só se fala de coisas que sejam úteis. Por exemplo, ali agora podia aparecer um anúncio a dizer onde se compram verrumas. Dava-me jeito, não encontro, tenho uma data de coisas para pendurar e preciso de uma para fazer os buracos. Ou como é que eu passo 30 ou 40 GB deste disco para um suporte qualquer, que não seja gravar CD’s daqui até à eternidade, para poder formatar esta treta! Ou uns bons comprimidos para quem tem tosse e mesmo assim fuma. Coisas que realmente servem para alguma coisa…

…péra lá…

…onde é que estão os comentos a estes posts todos que estou aqui a debitar?! ONDE ESTÃO AS MINHAS LEITORAS??? Olha! Foram-se embora todas! Clicaram nos anúncios, querem ver…


As alegrias do WP

Um gajo tem dois blogs. Dois blogs a usar a mesma merda o mesmo editor de blogs.  Não se chama editor de blogs mas agora não me apetece chamar-lhe mais que isso. Que eu só o quero para editar os blogs.  Ora se um gajo tem dois blogs a usar a mesma coisa, a lógica é passa daqui para ali um template que tá porreiro e fica o outro – que é este – blog também porreiro.

Certo?

(irra que o wysiwyg, ou lá como se chama aquela trampa, me estava a dar conta dos nervos, mas acabei de o liquidar!)

Não. Errado.

Porquê? Perguntarão os meus leitores, a pensar, mas esta não acerta em nada (e, no entanto, nos outros blogs acerto, caneco!).

Porque falta ainda acertar mais o resto dos milhares de templates que esta coisada tem! Lá no meio há-de estar uma porcaria de um código css a dizer que este blog é mais estreito que o outro, portanto a coluna do meio agora foi parar à cave! Oh que se lixe, amanhã logo vejo isto!


Os primeiros corvos do Natal

Ainda as luzes andam a ser penduradas nas ruas e nem estamos em Dezembro, já saiu à rua a horda daqueles que dividem os bons e os maus do Natal. Os bons, os pobrezinhos que dividem metade da carcaça seca com outro pobrezinho e isso é que é o verdadeiro espírito de Natal e os maus, aqueles cabrões daqueles consumistas desenfreados, já a correr para as lojas todas, carregados de sacos e embrulhos, a gastarem o plafond do visa em coisas inúteis que pagariam tantas carcáças a tantos pobrezinhos e iadaiada e no tempo deles o Natal não era assim e mais assado e o mundo está perdido e o consumismo é o pior flagelo da humanidade e deviamos era ser todos uns desgraçadinhos.

Ora eu corvos de Natal, não obrigada, portanto, antes que chegue Dezembro, assumo já, como todos os anos, que este blog é de uma blogger consumista desenfreada, que já anda nas compras há semanas, que tem sacos por todo o lado com coisas por embrulhar que gosta é de embrulhar ela os presentes, que já comprou os papéis de embrulho há mais de um mês e que acrescentou mais umas bolas e fitas e laços e tralharia à cangalhada toda de Natal que tem, que adora andar por todo o lado com o nariz no ar a ver as luzes, que se pela pelas musiquinhas de Natal que todas as lojas, ruas e rádios debitam, que gasta o plafond do visa e mais umas quantas alcavalas e que anda olarilolé jingobéles durante esta quadra toda. Porque um gajo não pode mudar o mundo; nem sequer ter a veleidade e arrogância de conseguir mudar mais do que uma coisita aqui e ali que só mesmo a gente é que nota. Agora um gajo pode ao menos andar com um sorriso enorme de puto nas trombas e ficar feliz com coisas inúteis.





Calha

não ter tempo para isto. Calha muitas vezes. Eu sei, repito-me. No não ter tempo e na desculpa. Mas eu não acedo aos meus blogs senão a estas desoras. E, a estas desoras, muitas vezes, não me apetece lá muito.  Paciência.


Eu sei

Que não se fazem cópias integrais de posts. Concordo em absoluto. Mas eu preciso de ter este aqui. Emprestado ou descaradamente roubado ao Um Amor Atrevido, pois seria atrevimento demais dizer que me foi oferecido. Se eu escrevesse assim… Obrigada, minha querida.

“Não se pode dizer que tenhas estado sempre perto, à mão de semear, ao virar da esquina, mas finalmente encontrei-te. Não que te procurasse: foste-me tão natural como o vizinho da porta ao lado quando se cruza comigo no corredor e pigarreia, medindo-me a barriga das pernas, trémulas de subir as escadas. Atravessámo-nos um no outro com a inevitabilidade de dois troncos à deriva e represámo-nos alegremente: o entulho ficou para trás. Não me salvaste a vida, que até estava bem obrigada, mas tens essa distinta qualidade de me saberes, o que te cai na perfeição, como uma camisa de marca ou um casaco novo. Não romanceamos o presente porque nós somos o presente: partilhamos uma cama, um cigarro, um futuro e temos o pragmatismo das causas ganhas, o que, parecendo que não, alivia. Somos velhos amigos, companheiros de guerra e brincamos muito, porque temos alguma pressa: enquanto equilibramos orgasmos na ponta do nariz, fazemos a toca e construímos o ninho. Mas o mal de tanta beleza junta é que nunca nos habituamos à ausência, esse buraco no peito, de rebordos cauterizados, onde cabe um punho fechado. E, agora, o teu cheiro agarrou-se às minhas coisas como uma película fina de pó e eu não quero a empregada cá em casa, não vá ela, sei lá, sempre tão pressurosa. A melhor maneira de afastar o diabo é ir brincando à felicidade dentro destas quatro paredes, quem está livre livre está. É um facto que tudo era bem mais fácil quando apenas te adivinhava; hoje, mal reconheço os cantos à casa e, quando partires, tenho a certeza de que mudarei de côr como um polvo acossado. Folgo em saber, no entanto, que não nos somos fundamentais: afinal, toda a gente vive sem um braço, só é chato para os trocos.”

in Um Amor Atrevido, 16/10/2007



As mulheres elegantes

Já meio empijamada, descubro que preciso de ir bater à porta da minha vizinha. A minha vizinha é uma mulher linda. Um espanto. Elegantíssima, giríssima. Tudo óptimo, o marido, os filhos já grandes, tudo com bom ar, civilizado. Não somos de bater à porta uma da outra, mas de vez em quando (por exemplo quando se nota que é bem possível que aquele barulho todo de água a pingar seja bastante mais do que a chuva lá fora) tem que ser. Ora não só sendo a mulher uma elegância, eu de qualquer forma não costumo sair de casa empijamada (tirando as manhãs em que me levanto aos gritos de ora bolas não ouvi a merda do despertador e só me lembro que nem me penteei quando já estou a dar o beijo de tem um bom dia e porta-te bem à porta da escola). Lá faço um esforço para me voltar a vestir mais apresentavelmente e vou bater-lhe à porta.

Ela abre, falamos do problema que afinal não é assim tão grave e boas noites. E, durante o tempo inteiro, eu, perdida de riso: ela está vestida tal e qual como eu estava antes de me ter arranjado para ir bater à porta ao lado.