100nada

As mulheres elegantes

Já meio empijamada, descubro que preciso de ir bater à porta da minha vizinha. A minha vizinha é uma mulher linda. Um espanto. Elegantíssima, giríssima. Tudo óptimo, o marido, os filhos já grandes, tudo com bom ar, civilizado. Não somos de bater à porta uma da outra, mas de vez em quando (por exemplo quando se nota que é bem possível que aquele barulho todo de água a pingar seja bastante mais do que a chuva lá fora) tem que ser. Ora não só sendo a mulher uma elegância, eu de qualquer forma não costumo sair de casa empijamada (tirando as manhãs em que me levanto aos gritos de ora bolas não ouvi a merda do despertador e só me lembro que nem me penteei quando já estou a dar o beijo de tem um bom dia e porta-te bem à porta da escola). Lá faço um esforço para me voltar a vestir mais apresentavelmente e vou bater-lhe à porta.

Ela abre, falamos do problema que afinal não é assim tão grave e boas noites. E, durante o tempo inteiro, eu, perdida de riso: ela está vestida tal e qual como eu estava antes de me ter arranjado para ir bater à porta ao lado.

0 thoughts on “As mulheres elegantes

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  2. Patricia

    O “empijamado” é um estilo muito relativo… tanto pode ser um Woman’s Secret que até dá vontade de exibir na rua como umas calças de fato de treino 3 números acima e uma t-shirt cor de rosa mas que originalmente era vermelha…

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