Contas às cruzes
Conta histórias, digo-me, conta histórias, conta coisas, essa expressão tão horrorosa, conta coisas, vá debita coisas que não têm interesse nenhum mas enchem o tempo que podia ser tão melhor aproveitado ficando calado. Conta coisas, carneiros aos pulos, carneiros às riscas, carneiros de signo, outra coisa tão cretina, como se um par de cornos nas estrelas tivesse alguma coisa a ver com os caminhos – de cabras mas das giras – onde vamos pousando os saltos compensados, um gajo chega a uma idade onde é tudo compensado, equilibrado, a direito e de repente os caminhos de cabras giras são uma estrada de betão sem uma risquinha amarela que seja, uma, riscas, só brancas, de zebras bandarilhadas a sinais de peões.
Já para lá das histórias que, em passeios largos, é fácil evitar o entulho, vai um led a apontar caminho que a prática do desvia! é grande e nunca se lá chega, vai-se olhando ou mesmo sem olhar, já se sabe, desvia-se e já lá vão os dedos à frente do pensamento a debitar um contar de coisas inúmeras para encher o espaço que podia ficar em branco mas também se quer menos claro. E já se embrulham os dedos uns nos outros em pausas e logo as mãos a planar que não há tempo para paragens e não havendo tempo, inventa-se e preenche-se com qualquer coisa que poderia ser uma história mas acaba sempre em empate, sempre.
- No semáforo vermelho
- Fitas a voar