No semáforo vermelho
Uma rapariga muito alta atravessa a rua (três faixas) com o sinal dos peões em verde. Leva pela mão um menino muito pequenino. Acho graça ao contraste, ela de braço esticado para baixo, ele de braço esticado para cima. Na faixa do meio, ele pára, ela pára. Olha para o sapato, depois para qualquer coisa no ar, depois fica a olhar para um carro. Ela, parada, com o menino pela mão. Depois, ele recomeça a andar, ela recomeça a andar. Ao lado vão atravessando pessoas apressadas, que o sinal pode fechar e são três faixas de cada lado. Aqueles dois, com uma enorme calma, conseguem atravessar três faixas durante o tempo todo que o sinal está verde. Ficam quietos no passeio do meio, quando o sinal cai para vermelho.
E eu a achar lindo. A pensar, 99,9% das mães (provavelmente eu incluída) puxaria pelo braço da criança, anda lá embora, despacha-te, olha o sinal a fechar e ainda faltam quatro faixas para atravessar, vá lá, toca a andar, esse carro, esse sapato, esse pó no ar agora não são nada interessantes, vamos embora filho!
Mas aquela mãe é que está certa. Completamente certa. Há coisas muito mais importantes que a pressa.
- A Islândia, esse país de radioso futuro!
- Contas às cruzes
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é verdade, mas andamos sempre [à pressa] com as prioridades trocadas.
Eu sou das que puxa…
a não pressa tem a ver com um certo
des(s)leijo.
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