No semáforo vermelho
Saem da sombra, os dois. Param. Olham à volta à procura de qualquer coisa. Aparentemente qualquer coisa serve, porque se sentam num banco no meio de um passeio com vista para uma rotunda ao lado de uma criatura com uns sacos. Riem-se e acendem cigarros como se fossem os últimos. Ou os primeiros. Não dou conta se as mãos dela tremem, mas iria jurar que sim. Olham para a paisagem de carros a passar e de prédios debruçados sobre as ruas. Ficam sentados enquanto os cigarros duram.
Depois levantam-se e regressam à sombra dos segredos partilhados.
- a amordaçar-me
- Os pássaros do elefante
fumar causa infertilidade