100nada

A pressão dos comentadores sobre os autores de blogs

Curioso. Acabo de encontrar uma referência ao texto vernacular mais abaixo; no entanto, quando fui a esse blog, o texto e a referência tinham sido retirados por ofenderem os leitores (penso que alguns seriam igualmente autores do mesmo blog). Fiquei a pensar nesse tema, tão recorrente, o da pressão dos comentadores sobre os autores e os conteúdos de um blog. Não há qualquer dúvida que a pressão é, muitas vezes, imensa; os meus comentadores e leitores mais habituais já se deixaram disso há uns anos, porque sabem bem que a minha atitude é a de que há milhares de blogs e quem não quer ler este, pois é só clicar ali naquele x do canto superior direito, que eu cá continuarei a registar aquilo que me interessar ou me apetecer. O que acho mais curioso é que um autor ceda a essa pressão. Não faço juízos de valor, até porque aceito que o vernáculo ofenda as pessoas e que essas pessoas depois não consigam ver para lá das palavras, conheço imensa gente assim. Gente que até prezo muito. Mas, se fosse pensar que este blog era lido por A ou B ou C e isso me tolhesse a escrita (porque, para mim, o vernáculo é apenas mais uma forma de expressão, que se aplica com propriedade em certos casos), então melhor faria em fechar o blog na hora. Minha opinião, apenas aplicada a mim mesma, repito.

17 thoughts on “A pressão dos comentadores sobre os autores de blogs

  1. zesim

    Muito bem, viva a liberdade de expressão e de escolha, coisa que a maior parte das pessoas prefere deixar nas entidades reguladoras em vez de a exercer (falo da liberdade de escolha)

  2. Catarina C.

    Cada um sabe de si e do seu blog, nestas coisas, @na. :) E eu só posso falar por mim mesmo.

    zesim, a liberdade de escolha também é retirar um post que ofende os comentadores…mas enfim, é como digo, cada um sabe de si.

  3. Mlee

    Essa presença é uma das coisas que mais gosto neste espaço.
    Gosto e invejo-a… há coisas que para serem feitas têm de o ser desde o início, eu não o fiz, agora é tarde.

    Não me refiro ao mesmo tipo de presença que aqui tens, essa é tua e eu adoro-a, mas a uma outra que sendo também minha, poderia (iria) igualmente chocar quem me visita e me conhece pessoalmente.

    É castrador, acredita, só deixo no blog uma parte de mim.

    És assim desde o dia um e, se necessário for, és o oposto também.
    Há nisso uma coerência e uma marca muito própria que traz de volta quem te lê, uma e outra vez .

    Conquistaste para ti mesma o lugar de não te sentires pressionada pelos comments de ninguém – sejam estranhos, conhecidos, ou mesmo os mais chegados.

    É uma conquista e o mérito é teu.

    Beijo grande e bom fim-de-semana

  4. catarina

    Mlee, acredita que não é sem custo (pois acreditas, claro, bem li o teu post de “toda a família me lê…”) mas cheguei a essa conclusão: ou escrevia tudo o que me apetecia e como me apetecia ou não valia a pena. E olha que oiço feedback e não é doce lol, daquele género “mas tens alguma necessidade de escrever tanto palavrão????”. E também sei que há milhares de coisas que, na opinão de quem lê, mais valia não estarem aqui, porque “estragam o blog”. Mas, sinceramente, depois de alturas em que não me estive nas tintas, é um facto, passei a estar. Pronto, tento esquecer-me de quem lê, faz de conta que não tá aí ninguém desse lado.

    No entanto, percebo a parte de não deixar todos os lados de mim no que escrevo. A verdade é que, por muito que aqui escreva o que me apetece, há coisas que não escrevo publicamente, aqui ou noutro lado. Já escrevi, mas deixei de escrever. Não é bem castrador, mas tenho pena porque SEI que havia coisas que eu escrevia que ajudavam (ajudaram) muita gente. Mas é assim. E um dia ainda explico publicamente a razão. Porque, sabes, tenho mesmo os melhores leitores/comentadores do mundo, que respeitam seja o que eu escrevo, seja o que deixei de escrever, sem me pressionarem sobre os porquês sequer.
    Beijos!

  5. Carla

    Eu sinto-me pressionada, nem tanto pelos comentadores, mais até pelos leitores. Tenho pena. Umas vezes mais, outras menos. Acho que é um mal necessário, se divulgo o blog pela familia/amigos e se não sou absolutamente anónima.

  6. carlos

    a porra é que “um blogue” tem momentos que é mais que um blogue e até mais que uma segunda pele: expõe os órgãos debaixo dela e essa intimidade nem sempre é respeitada mesmo por quem igualmente a blogo-pratica. escrever “contendo-se”, penando que vai ser lido por esta ou aquela, isso não é ‘escrever’: será politiquice, conversa de café ou de soleira de portas. tudo o que “um, blogue” não deve ser em minha opinião.
    por isso acho que vais bem, Catarina. “cagando e andando”, como se diz cá na minha terra.

    sobre o vernáculo: as palavras, qualquer uma, fora do contexto próprio podem ser ofensivas. do que deduzo o inverso. mais a mais na tua forma de expressão escrita mais usada, a coloquial. odende-me mais ler/ver “anedotas” como esta (não sei meter palavras-links nos comentários, tem de ir inteiro) http://atlantico.blogs.sapo.pt/2252075.html que ler mil “caralhos” e “foda-se”, ou bem-humorados ou justificadamente indignados, ou até soltos porque de vez em quando sabe bem – e faz bem – saltar-nos a tampa para descomprimir.
    eco: por isso acho que vais bem, Catarina. “cagando e andando”, como se diz cá na minha terra.

  7. carlos

    caramba! só agora fui ler os comentários (julgava estar apontado ao post inferior àquele) e… não retiro uma vírgula ao que atrás disse.

  8. noveetal

    pois eu (e o meu colectivo) deixámos de responder a injúrias há muito muito tempo. isso se calhar explica a falta de comments (ou o pouco interesse do blogue).

    mas, no início, confesso que foi difícil gerir e saber como reagir aos ataques de fel dos comentadores.

    uma das minhas múltiplas escreveu um post que sintetiza muito bem aquilo que penso sobre este assunto:

    http://oitoecoisa.blogspot.com/2006/07/os-elogios-as-crticas-o-poder-de.html

    mas isto sou eu.

    um beijo cat!

  9. Isa

    heheh estive dois dias away e hoje vim logo ler-te Cat :)

    ora eu tenho uma história para contar aos teus leitores (se eles quiserem ler/ouvir): Há uns anos durante um almoço aqui com a nossa querida Cat ouvi falar, pela primeira vez em BLOGS. Ambas tinhamos andado a trocar ideias nos Chats, mas a Cat bem mais “prá frentex” do que eu alguma vez seria, aventurou-se em novas paragens. Eu ficara a anos-luz dela.

    Paciente como ela até sabe ser, explicou-me o que era um blogue. Fiquei então a saber que podia fazer o meu diário digital hihihih. Na altura achei a ideia algo caricata e fiquei de visitá-la nos seus blogues. Entre o pouco tempo que me sobrava e a curiosidade de saber até onde eu conseguia ir, fui “visitá-la” ao blog. Adorei. Fiquei mesmo fã, embora tenha “interagido” muito pouco.

    Apesar dos meus parcos conhecimentos decidi então abrir um blogue. A Cat nunca me falou de pressão sobre autores ou comentadores. Falou-me apenas de liberdade. “Será algo teu, onde podes escrever o que te der na real gana!” Óptimo. Vamos a isto. E lá fui. Confesso que tenho um bloguito muito simples, sem quaisquer ares de seja o que for. Nele coloco fotos, desenhos que vou rabiscando (agora, depois de velha deu-me para desenhar e pintar hihihihi), fotos de gaijos bons heheheh, ideias e contos. NUNCA receei fosse o que fosse. Também nunca tive muitos leitores (não era esse o objectivo). E também nunca ninguém me faltou ao respeito (deve ser com receio de perder os “apendices” hehehehe).

    Por tudo isto fico admirada quando vejo alguns comentadores reagirem mal, ou menos bem (como preferirem) ao vernáculo, às piadas, às brincadeiras, ou ainda às ideias dos autores, donos, dos blogues.

    Eu visito a Cat. Admiro-a e sempre adorei o que ela escreve. Por obrigação escrevo todos os dias. É o meu trabalho. Umas vezes escrevo coisas que me dão prazer e gozo. Outras nem por isso. Mas vir aqui ler a Cat chega a ser profilático. Tem vezes que os seus textos, ideias, piadas me dão alento para continuara a escrever o que não gosto ;). E, depois sinto-me inspirada a escrever o que me dá na real gana, como ela um dia me disse. Grande Cat nunca páres (não digo “não cedas a pressões” pq te conheço e sei que nunca o farás) LOL

    beijos e desculpem a chatinha ok?
    😉

  10. ricardo

    nã… não há pressão nenhuma.

    agora qdo os comentadores querem simplesmente achincalhar através do recurso a linguagem ostensivamente insultuosa, e cagam completamente no texto… aí… ou um gajo é parvo ou não lhe dá simplesmente esse prazer… ‘penso eu de que’.

    depois devemos tb ter em atenção os objectivos individuais que cada autor de blogue teve em mente aquando da sua criação… e a que público se quer dirigir. O direito á liberdade de expressão tb tem as suas limitações… desde logo quando choca com outros direitos tão ou mais importantes que aquele.

    portanto comentários como aconteceram nestes últimos dias, chez moi, insinuando ligações pedófilas… não tem qualquer interesse, por desprositados, senão no sitio para onde os mandei… reciclagem.

    E não xerxes ou josé… não foi v.exa. que o fez… v.exa. até foi dos mais comedidos ao chamar-me ‘vaidozito balofo’ ou ‘orelhas de burro’ ;)… estes comentários até poderia ter publicado… mas sabia que ficaria muito mais frustrado se o não fizesse, não é ;), ora nem mais… e isso deu-me mais gozo.

    por fim, catarina, a questão, na minha opinião, não se centra na tua liberdade em escrever o que te der na real gana… isso é assunto individual de cada um. O problema é sabermos até que ponto queremos determinados tipos de comentários descontextualizados ou ofensivos… e isso tem a ver com o que disse anteriormente.

    Mas pelo que percebi da tua reacção… no post que deu aquela polémica, eu terei sido inoportuno, não é? descontextualizado, depreendo eu. Depreendo que a tua reacção não terá mto a ver com o conteúdo do comentário (embora possas discordar), mas sim com o contexto… e por isso me retratei.

    para finalizar… porque razão os orgão de comunicação social filtram as intervenções do público? porque que é que a maior parte dos ‘directos’ tem um pequeno delay… porque já deram merda. Lembram-se qdo telefaram para a sic há uns anos… em que um gajo dizia estar a ver apresentadora com o pénis na mão? e outras barbaridades que se seguiram… até lhe cortarem o pio… portanto é claro para mim que existem outros direitos para além da liberdade de expressão.

  11. Mário

    A linguagem mais vernacular pode ofender algumas pessoas. Mas ela existe, práticamente toda a gente a usa embora algumas pessoas só numa situação de grande carga nervosa. Também uso, muitas vezes porque apetece mesmo, mas tenho pena de se ter perdido a arte de insultar sem utilizar uma única asneira :)
    Mas voltando ao post, o autor tem de ser verdadeiro consigo, porque se começar a ceder ao que os visitantes gostariam mais, passa a ser um vendedor de tapetes! Se há quem não goste tem bom remédio!

  12. aNa

    Catarina,
    eu cá também gosto muito dos meus leitores/comentadores, e sempre que posso e consigo trato-os com carinho e respondo aos comentários e tudo isso.
    mas, é assim como tu: seria incapaz de ter um blog em que não fosse livre para escrever o que sinto.
    beijo.

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