Século quê?
Um dia destes, em minha casa, terei o prazer de receber uma demonstração de um aspirador. Eu não quero aquilo, não me interessa nada, mas uma amiga que comprou um indicou o meu nome (depois de me perguntar e eu, tudo bem, venha lá a rapariga mostrar o aspirador, ainda me limpa uns tapetes).
Ao telefone, a combinar o dia.
– Então e agora, desculpe perguntar, a Sôdona Catarina é divorciada?
– Não.
– Ah não? Mas eu tinha aqui uma indicação…então é casada?
– Não.
– Ah mas tem um filho…
– Sou mãe solteira.
– Ah! Prontesh, não tem problema nenhum
(era só o que me faltava, ter problemas com um aspirador por causa disso, pensei eu)
– mas é que se vivesse em união de facto
– …
– não vive, pois não?
– Não.
– Pois é que se vivesse, eu ia pedir-lhe para o seu (e aqui um silêncio), o seu (outro silêncio), bem, o senhor da casa estivesse presente na demonstração.
– …
– … então fica para dia tal.
Palavra de honra. Ainda estou a pensar se ouvi bem: o senhor da casa ter que estar presente para eu ver um aspirador. Para quê? Para me autorizar a comprá-lo???
- E pronto, ta feito
- De sinapses e anões atrás das orelhas