100nada

E sabem que mais?

ALGUNS professores não querem babysitar? E o mundo divide-se em barricadas entre ALGUNS professores de um lado e os pais do outro?
Tudo bem.
Vou para o meu lado agora. Como me mandaram ALGUNS professores.

Eu, como mãe, também não quero gente contrariada a ENSINAR o meu filho. Aliás eu quero que seja gente motivada a CONTINUAR A ENSINAR o meu filho, já que, embora me tivesse ficado bem mais barato deixá-lo em casa até à idade escolar, com uma empregada a babysitá-lo, optei por deixá-lo numa escola desde os onze meses de idade. Não estou nada arrependida.
Felizmente, como se pode ler no post abaixo, eu (e o meu filho) estamos bem servidos, obrigada. Mas pelos vistos, nem todas as crianças têm essa sorte.

Portanto, fica aqui o recado à Ministra:

Exma Senhora

Lembra-se de todos aqueles professores que ficaram fora das listas, desempregados, alguns deles pais que não sabem como hão-de meter pão à boca dos filhos durante este ano? Esses professores são capazes de precisar de trabalho. Eu sei que o ano já vai longo para planeamento, mas talvez seja uma ideia equacionar essa hipótese no ano que vem, para ensinar durante o tal prolongamento.

Com os meus melhores cumprimentos, subscrevo-me com a maior das atenções,

apenas uma mãe (trabalhadora pois claro)

0 thoughts on “E sabem que mais?

  1. catarina

    Dos maus (sem aspas: mais tarde lhe explicarei como utilizar aspas, já que parece não saber, como no post mais abaixo se nota) profissionais. Como em qualquer outra profissão. Sim, claro que sim.

    Se os maus profissionais são os grevistas, os críticos ou os que não se calam, essas são as suas palavras e conclusões, não as minhas. Eu não faço ideia se será assim.

  2. Sara Jofre

    Minha querida, eu concordo totalmente contigo. Apesar de compreender, de certa forma, a posição dos professores, acho que a argumentação que eles têm não lhes dá razão nenhuma, antes pelo contrário, retira-lhes.
    Eu ainda não coloquei a minha filha em escola nenhuma porque trabalho em casa, mas é só por isso… se eu trabalhasse fora de casa e o pai também, duvido, duvido mesmo que algum de nós conseguisse sair às 6 certinhas! impossível! o pai nunca consegue e eu bem me lembro a que horas saía do emprego quando trabalhava fora… por vezes era às 9 da noite…
    Compreendo que os professores também não queiram servir de babysitters, mas eles são pagos para educar… Educar… ou querem fazer o quê? fazer uns joguinhos com os miúdos? a educação da criança, da criança que anda na escola, passa por casa e pela escola e quem dera à maioria dos pais, à grande maioria dos pais, poderem ser eles a educar exclusivamente os seus filhos, infelizmente não podem. Infelizmente a grande maioria dos pais saem dos empregos pela noitinha e ganham bem mesmo do que os professores…

  3. hipatia

    Exemplo tipo “acha na fogueira”:

    Primeiro ano do primeiro ciclo (estamos a falar de miúdos com 6 anos, alguns ainda com 5), a Professora aparece para a primeira aula e dá cabo de um pé. OK, a qualquer um ocorre um azar desses. Mas a senhora aparece no dia seguinte e os pais assumem – já que ninguém lhes disse o contrário – que na manhã seguinte também haveria professora. Não houve. E demorou dois dias (com as crianças em casa) até as integrarem noutras salas de aula. Pergunta: se estava doente, porque não reportou mais cedo e deu à escola tempo para integrar as crianças? E porque não foram os pais avisados, tendo levado crianças pequeninas debaixo de chuva de manhã cedo para uma escola que não as recebeu, obrigando esses pais a reestruturar toda uma manhã de trabalho à procura de soluções?

    A mesma professora aparece na véspera da greve. Dá as aulas normalmente… Avisou alguém que iria fazer greve? Claro que não! Até à manhã da greve, todos os encarregados de educação estavam convencidos que haveria aula. E – relembro – estamos a falar de crianças muito pequeninas a andarem para trás e para a frente face à incapacidade (e ao juízo) de uma professora, que não se dá sequer ao luxo de dizer se falta ou não falta.

    Lembra uma coisa destas a alguém? Lembra: a professoras que acham que já não sobem mais na carreira e que não ficam sem ordenado.

    De que criança falo? Da filha da minha colega, de quem tive de assegurar o serviço enquanto ela, em pânico, tentava resolver problemas que não teriam existido se uma professora se lembrasse que as crianças (e os pais) merecem saber se a senhora se digna a aparecer na escola mais do que em dias em que, por capricho, não tenha outras coisas para fazer.

    Nota: a minha colega até defendia o direito à greve e aceitava que os professores têm muita razão; agora já não. Eu, que nem tenho filhos, mas que acabei a trabalhar o dobro e, paguem ou não horas extraordinárias (que não pagam nunca), tenho de deixar o serviço pronto no fim do dia, pouco importando até que hora trabalho, acabei a dizer mal de toda a “classe”, já que há (bem certo que como em todas as profissões, mas cada vez menos naquelas em que a avaliação do desempenho existe de facto) gente sem classe nenhuma.

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