O meu (eterno) poema de Outono
porque já não há mais de onde esse veio.
Ao fim da tarde ouvi o Outono chegar. Vinha disfarçado de vento quente, mas arrastava folhas secas e eu soube que tinha chegado de mansinho para não assustar ninguém. Trazia memórias de camisolas grossas, de praias desertas, de céus cinzentos, de marés vivas.
Somos todos marinheiros, não somos? Temos sangue mais salgado, melancolias mais profundas, saudades do que não conhecemos. Nas nossas veias corre um mar de Outono, um mar de ondas cruéis, um mar que desafia, um mar que nunca quer perder, mas às vezes não ganha. E as memórias das vitórias são feitas de água salgada, ardem nas feridas mas têm sabor.
E só ganhamos porque somos também feitos de mar.
- Tou chateada
- Ficava todo lindaço o poemeto no cimo do blog
E somos mesmo, senão as lágrimas seriam doces como a chuva.
Gostei muito, isto é Outono.
beijo
É pena não haver mais de onde esse veio. Gostaria de ler outros
Beijo Vanus. (os dias continuam a enganar-me, ainda não acabou o verão).
Alto Mar, obrigada, mas agora a autora tá mais virada para a prosa doméstica.
A poesia é como as ondas do mar. Vai e vem e quando menos se espera rebenta e sai em cachão.
Uma mão com uma gota salgada.
Talvez quando começar a olhar o mundo através dos óculos novos…:)))
Beijo muito grande, Maré.
Doce e forte este teu registo, Catarina. Como disse alguém, não há mais de onde este veio?
um beijo