Nevoeiro
Gosto de nevoeiro. Gosto da forma como as coisas perdem a forma, das luzes ao longe suspensas em nada, das cores do rio e da outra margem, escuro mais escuro e escuro mais claro, do silêncio quase total, cortado apenas por alguns grilos. Gosto do arrepio na espinha quando aparece um vulto súbito que se transforma numa pessoa que só se vê quando se passa por ela e já desapareceu, gosto de filmes imaginários de terror. Gosto de uma lua em quarto minguante, imagino-a atravessada por seres alados pouco tranquilizadores. Corro a fechar as janelas, pois apenas a minha tem luz a esta hora, pode atrair as atenções de intenções que trazem lâminas ou dentes…gosto de saber que há coisas que fazem medo e uma delas posso até ser eu…
(alucinando…alucinando agora…melhor ficar por aqui, senão não tarda estou a pintar o blog de cores nocturnas…)
- Nota a lembrar
- Quase a preto e branco
Desculpa-me a presunção, mas atrevo-me a interpretar o que escreves.
Todos temos “medos” mais ou menos irracionais.
Mas… a seguir ao nevoeiro, despontam raios de sol.
Bom dia.
Raios de sol?
Não deve ser hoje, com certeza…
:/
Ia responder aqui mas já que tinha (tinha?…) que postar alguma coisa, respondi lá.
Susana, os raios de sol (respondendo ao Leonel Vicente) entre nevoeiros irracionais são as pessoas, os nossos amigos…:)
Duende, já vi. Com uma imagem e uma frase ambas perfeitas ilustras melhor aquilo que eu penso do que eu…beijo.
O nevoeiro sempre fez parte do meu imaginário como sendo uma dimensão paralela…tudo pode acontecer.
É por estarem lá as coisas e não se verem, Mar.
Também adoro o nevoeiro… é um mistério que nos aquece…
Eu diria congela, por causa já humidade.;) Beijinhos, Xinha.
Arrefece por fora, mas akece por dentro… a alma! :))
O nevoeiro aquece-te a alma, Xinha?? (esta rapariga tem uma noção de nevoeiro totalmente oposta à minha…:))