Um post sobre coisas vagas de escrita e assim
De volta ao pc, acendo um cigarro. Depois fumo-o enquanto penso sobre fumar e largar o vício. E apago-o. Mais tarde fumarei outro.
Creio que escreveria alguma coisa. Sobre o quê, nunca sei. É raro ter de antemão alguma coisa na manga. Talvez uma vaga ideia de querer escrever sobre isto ou aquilo, quando existe uma razão para o fazer. Quando me apetece fazê-lo. Depois, muitas vezes, fica por escrever, por falta de disponibilidade. Quando a tenho, já passou aquela ideia, já a escrevi, pensei no assunto, descartei. Este blog é sobre aquilo que me passa pela cabeça naquela altura. Ou uma das coisas que me passam pela cabeça naquela altura, pois passam sempre várias como a toda a gente.
Normalmente, deixo os dedos irem escrevendo. Já conhecem os limites, sabem quais as palavras que não se podem escrever, as ideias que se devem evitar, algumas regras, algumas receitas. Não se escreve amor em vão, por exemplo, ou Deus, deve evitar-se política, religião e bola na medida do possivel, é totalmente proibido deitar abaixo escritas alheias que são fraquinhas mas convictas (para quê magoar os outros?) ou escrever sobre as questões da fé, deve sempre haver um pouco de tonteria, de apatia, de humildade (nunca modéstia, modéstia é hipocrisia), de arrogância (nunca vaidade, vaidade é parolo), de cinismo (por ser inevitável).
E honestidade. Acima de tudo. Honestidade até nas aldrabices que invento.
Este post tá duma parvoeira, cruzes…
- Um post sobre outra coisa que não era a inicial
- Há coisas
Não acho que esteja nenhuma parvoeira… não acho não!
Deixa-me que te diga; aldrabaste-o muito honestamente. Mas isso já nós sabemos. 😉
“Verdade, mentira, certeza, incerteza…
Aquele cego ali na estrada também conhece estas palavras.
Estou sentado num degrau alto e tenho as mãos apertadas
Sobre o mais alto dos joelhos cruzados.
Bem: verdade, mentira, certeza, incerteza o que são?
O cego pára na estrada,
Desliguei as mãos de cima do joelho
Verdade mentira, certeza, incerteza são as mesmas?
Qualquer cousa mudou numa parte da realidade — os meus joelhos
e as minhas mãos.
Qual é a ciência que tem conhecimento para isto?
O cego continua o seu caminho e eu não faço mais gestos.
Já não é a mesma hora, nem a mesma gente, nem nada igual.
Ser real é isto.”
Verdade Mentira, Alberto Caeiro
Não tão parvoeira quanto quer parecer
Honestidade que nós respiramos do que tu escreves, Cat. Mesmo das maiores tonteiras e é por isso que tu és assim, especial.
Eu gostei. Acho-te honesta…