Eu tenho uma jarrinha
Sim. Eu que detesto bibelots e macaquices, tenho uma jarrinha. Uns cinco cm de jarrinha, dourada (dourada!) e com flores esmaltadas debruadas a…dourado…flores azuis, verdes, cor de rosa e com centros vermelhos. Também tem uns feitios azuis escuros. A quantidade de florinhas e desenhecos em tão pouco espaço é, aliás, prova de que há uma coisa chamada paciência de chinês. Admito que exista mesmo uma coisa chamada gosto chinês, mas em loiça ficou-se pelo séc. XVII.
Tenho a jarrinha em cima do pc desde o ano novo chinês, porque dá sorte e tal e ninguém se atreveu a deitar as jarrinhas fora (não fosse o Diabo tecê-las com uma voz muito estridente e num português muito cheio de sotaque…).
Já me gamaram canetas. Blocos de folhas. Bolachas. Garrafas de água. Cinzeiros. Clips. Agrafadores. Revistas. Mas o raio da jarrinha, valha-me Deus, continua aqui de tal modo visível que agora até teve direito a post.
A única vantagem da jarrinha é que às vezes estou ao telefone e, para me entreter, agarro na jarrinha e vou vendo que dedos é que cabem lá dentro. Quando entalo o anelar, distraio-me sempre imenso e é uma grande ajuda a prosseguir com os sins e não e tá bens e okeis e afins que um gajo produz em piloto automático.
- Detesto
- Chamada à realidade
Essa jarrinha parece-me que exerce o efeito Etelvina.
Queres ficar com ela?
-Que horas são?-perguntou ela.
Ele puxou da carteira de fósforos.
Nunca mais comeram ameixas verdes.
:))) Agradeço, mas parece que te serve de terapia.
PS: O Santa Cita larga com cada comentário que me põe a chorar a rir.
Catarinaaaaaaaaaa! O teu mail agora é aquele do vertigensarrobanetcabopontopt não é?
Então e se a jarra se partir?
Quando te acontecer algo de mal vais pensar que foi por isso?