Era capaz
de ficar a noite inteira a escrever. Sobre dias luminosos e sem poeira no ar, sobre o olhar conseguir ver tão longe que nem se imaginaria haver ali ainda alguma coisa. Sobre a terra ácida que é tão má para a agricultura, mas onde se dão as plantas que mudam de cor no verão. Sobre querer escrever e não querer descrever, sobre personagens e realidades e misturas de sonhos. Sobre vidas emparedadas em medos de betão e vampiros sentados em muros, eternamente atraídos por felicidades absurdas. Sobre picaretas e o sabor do entulho. Sobre assistir impotente a desistências.
Era capaz. Mas não vou ficar.
Ainda deitava tudo abaixo. Era bem capaz.
- Hoje, só hoje
- Ruiva
Então beijinhos e bons sonhos.
Eu também Cat, estas horas calmas sem sono dão vontade de tudo isso. Mas o melhor mesmo é “dormir sobre o assunto”, já dizem os entendidos (um chocolatinho também marchava mas no hay…)
Beijos
Não sei porquê mas este post parece preceder uma daquelas crises de desistir do Blog… ou será só impressão minha, Cat??!??!
Não vale a pena explicar seja o que fôr, Catarina. A melhor prova de amizade/amor que nos podem dar, é compreender.
Beijinhos e bons dias, Rui.
É o contrário, Mar, é pensar sobre estes assuntos mas o chocolatinho vai sempre. :)))
Gotinha, é exactamente o contrário!
Mas na verdade o que foi abaixo mesmo, e logo a seguir, foi a netcabo! 😉
Tou contigo, OldMan, não vale de todo a pena. Se não perceberem, azar deles.
A minha também foi, Catarina. Acho que eles andam a ler blogs. 😉
Eu era capaz de pedir a continuação deste post… Bom dia.
Bons dias, pessoau!
Fui tudo Duende. Liguei para lá e era uma avaria geral. Pelo menos ali num raio de muito km. Acho que foi censura, tens razão…:) Mas a mim ninguém me cala e sou bem capaz de (mais tarde) escrever a ‘continuação’ do post.
Mais uma vez, bom dia, Rui.
Ando com uma nostalgia insuportável por isso não tenho comentado muito. Gostei muito dos teus últimos posts. Beijinhos
Agora acertaste-me no alvo!
As coisas que nos resumem a zero. Aquelas para que somos de facto impotentes por muito que se queira desesperadamente ter alguma coisa na mão para as modificar. Há poucas mesmo assim. As graves são a doença e a morte. Para o resto lá se vai arranjando arcaboiço.
Fica o abraço de quem sentiu o que escreveste.
És uma querida, Des. Beijinhos.
Maré, embora o post não fosse sobre essas (pois essas não são desistências propositadas), são essas realmente aquelas que referi (ou não referi) no comentário abaixo (o que escrevi ontem mas não apareceu); era isso mesmo: aqueles nevoeiros que nos fazem (a mim fizeram, já não fazem) medo não são nada comparados com o que se vê de olhos bem abertos e que é exactamente isso: a doença e a morte. Nais nada receio senão isso, naqueles que eu amo. Beijos.