100nada

A bicicleta Vileda

foi um dos meus melhores posts. Há coisas inacreditáveis, coincidências tão estranhas que não posso deixar de sublinhar este facto. É daqueles posts que fazem pensar que vale a pena ter um blog só para ter o prazer de acontecer (encontrar) uma coisa assim.
Eu sei que parece estúpido, mas deste vou lembrar-me durante muito tempo.


Cantorias (sozinha, senão seria o descalabro)

Quando Isabel me abandonou
alguém por ela perguntou
passei a tranca no meu barracão.
Como o comentário era geral
num gesto meu qu’eu acho natural
cantei o samba no meu violão.

Lá no morro amor que se perder
a gente trata de esquecer
a gente esconde se puder cantar.
Ela há-de saber que não mudei
pelo contrário até fiquei
fazendo samba sem parar.

Eu malandro fui
mas sou poeta
disfarço a dor
e a dor me espeta
espinho em forma de canção.
Tanto que se alguém
me ouvir lá fora
e se Isabel chegasse agora
ia pensar que há outra em seu lugar.

É de quem? não me lembro, ouvia em pequena e canto desde então. (há ali uma palavra que me escapa, tou com uma branca)



A meio dos afazeres domésticos

Ah pois tá bem, deves mesmo aguentar-te sem uma Etelvina muito tempo! A limpar a casa ao sábado? Ai filha, estás mesmo suburbana, é como as parolas, fazem as limpezas ao sábado para terem o domingo livre.

(autor desconhecido, que eu não sou de apontar os dedos às minhas irmãs)


Repost absolutamente essencial e necessário

Carta aberta aos meus neurónios

Meus queridos neurónios

Onde quer que se encontrem, espero que estejam todos bem e não tenham sofrido nenhuma fatalidade mesmo…fatal. Eu sei. A culpa é toda minha. Assumo por completo, não tenho perdão. Não devia ter feito o que fiz. Não vos devia ter exposto assim aos perigos de uma obliteração total. Também sei que não tenho outros, que já queimei muitos, e agora não me restam senão estes. Gosto muito de vocês, não sei se já vos disse, mas nunca é demais repetir. Por favor, desculpem esta palerma. Prometo que não volto a fazer o que fiz. Se regressarem, oh, sim! Se regressarem, vou tratar-vos muito, muito bem, a Homero, a Bach, a John Updyke, a Eliot. Vamos passear a museus, vamos ver exposições de pintura moderna, talvez uns jardins e prometo ler os nomes das árvores todas para vocês os poderem fixar em latim. Posso também oferecer-vos Mário de Carvalho, tirar o O’Neill de debaixo do candeeiro do sofá e relê-lo como gosto, abrindo ao calhas aqui e ali…pode ser? E ligo a televisão no Mezzo, no canal História, mais nada. Também prometo que vou ler a GR em vez de ver só as fotografias. Vamos fazer as pazes, vá lá…voltem depressa para mim, sem vocês não sou ninguém. Acreditem! Nunca mais vejo o BB, tá bem? Pronto, está prometido. Sabem que cumpro sempre as minhas promessas…não amuem mais! Fazem-me tanta tanta tanta falta!

(100nada, Set 2003 – de lá até agora não mudou nada, é o que é)