Gosto de ventoinhas, de hélices, de pás compridas e ergonómicas a cortarem o ar. Gosto da ideia de cortar o ar às tiras, gosto da forma como, em velocidade, não se distinguem e se transformam numa névoa palpável (e fatal para os dedos e os braços e os corpos inteiros e para os pombos e os peixes – nunca pensei nas hélices dos barcos a cortarem peixes, mas deve acontecer).
E, no entanto, ao escrever o título do post, a imagem desapareceu, substituída pela de uma simples pá. Um cabo de madeira, aquela parte de metal em colher. Como se a ideia fosse um vento feito de ar às riscas de velocidades e umas postas de eventuais danos causados; mas na realidade, aquilo que nos faz são uns torrões de terra escavada e um pedaço de rega. O resto, mais alado, corre o risco de ser (igualmente) um dano causado.