100nada

Dia de São Palerma

Tá visto que é hoje. Adiante.

Mudando de assunto: à minha frente há um boletim de euromilhões a ser preenchido com combinações de números tirados da tampa de uma garrafa de água (não, não sou eu); e você, caro leitor, já entregou o seu?

(e ainda oiço: estás aí a rir, mas e se saísse neste?)


Tá tudo estragado *

Hà alturas em que um gajo não sabe bem o que fazer: se partir a loiça toda ou manter-se publicamente a leste e assobiar para o ar. Eu, acusada de excessivamente impulsiva – foi-me dito isto, paternalisticamente, como uma desculpa que teria para o meu comportamento errado – acabo de ser também acusada de parva (isto já para não dizer cúmplice numa mentira). Claro que nada disto é assim abertamente, mas eu enfio as carapuças que me apetecer e estas caem-me a matar. Gosto mesmo é de partir a loiça toda, essa é que é essa, e não tem nada a ver com impulsividade: tudo o que escrevo é muito bem pensadinho e pesadinho, o resto é fogo de artíficios de escrita. A minha preocupação principal, manter o meu tasco cordial. A malta lê as coisas em diagonal e depois dá-se mal. (eu e as rimas hoje, infernal)
Pronto, e assim fica salvaguardada a coisa, que os bois ficam sem nomes, e fica tudo lindo, já serve, não é? :DDDD Olha e até me lembrei, fecho os comentários! Ahahahahahahah! Eu mato-me a rir com certas alminhas!
(não fecho nada que queremos sangue, muito sangue, mas aviso já que se é sangue, eu sou mesmo boa na coisa, hihihi, virei troll no meu próprio tasco, ahhhhhhhhhh que bommmmmmmmmmmmmm!)

This is the real me and it’s not so nice to see
(até rimo em estrangeiro, caneco!)

*e tanto trabalhinho que me deu este tempo todo a parecer uma criatura olarélilrilili


Vou mazé escolher outro mp3

Eu gostava de escrever qualquer coisa
ia bem largada na teoria do usucapião das memórias mas
fui (bem? mal? as duas coisas por razões diversas, bem porque sim, mal porque não de outra forma) interrompida e agora
falta-me a
banda sonora
a acompanhar e não me consigo decidir
e assim se passa o tempo
carregando no enter em tempos errados
um dois e depois mais um dois
dois três outra vez
e quatro (arroz no prato)
tá gira esta merda! Caneco sou um poeta!

(este post não é para gozar com os verdadeiros poetas blogsféricos, atenção! Isto um gajo tem de esclarecer tudo, explicar tudo, é um pincel, mas não vá dar-se o caso de ofender alguém e tal, eu nestas coisas sou como nas outras, self-centered: a vítima do gozo sou eu)



Um gajo até se esquece destas merdas

O tempo é uma coisa fodida que remete memórias para discos rígidos guardados em gavetas cujas chaves se perdem (raio de frase, mas não há emendas em escrita corrida). Depois um tipo remexe numa caixa de música qualquer e encontra uma chavinha – o resto a progressão lógica do texto diametralmente oposta ao seu ínício: chave, gaveta, disco rígido de memória, memória em si. Claro que nada disto é assim tão simples, as memórias são uns fios que se emaranham todos, enrolam-se cheios de nós e têm a mania de se trocarem: quando um tipo puxa por uma ponta de um fio que parece ser aquele que eventualmente poderia servir para um texto, aparece outro fio completamente diferente e já não são só os fios trocados, é um gajo que se baralha todo.

Claro que isto é só para efeitos literários: eu nunca me troco e tenho uma memória imensa, longa, comprida e (também sirvo vinganças em copos altos com muito gelo e água lisa) nunca me esqueço de quase nada. Muito menos daquilo que me interessa. E quase tudo me interessa, nem que seja para os tais efeitos literários. Há uns anos, quando algumas pessoas me diziam ‘devias era escrever essa merda toda’ eu respondia sempre, sim para depois ter uma espera ou vinte à porta de casa, que isto de usar as memórias, parece-me que tem de obedecer a uma espécie de usucapião

(momento, que tou ao telefone!)



Desabafo

Aiiiiiiiiiiiiiiiiiii! Tomapassar!
Esta é a segunda pior semana do ano (a pior semana do ano é a última de Janeiro) e, ainda por cima, graças a algumas férias dos outros, a próxima semana vai subir para o número um do top.
(também foi boa ideia a 15 dias da segunda pior semana do ano baralhar e tornar a dar)


Os blogs dos políticos

Há blogs políticos. E também há blogs dos políticos (depois há assim uns comó meu, de assessoria de imagem para o aumento de visitas aos blogs dos políticos e nem cobro nada)

Isto tudo porque um dia destes li que a Maria José Nogueira Pinto (que é irmã da Maria João Avilez, quem diria, hein?) tinha um blog para a campanha das autárquicas. E eu, que até sou cusca e tal, nem nunca mais me lembrei, mas vi a coisa na página do weblog e lá fui ver. Não fui ver o blog: fui ver as estatísticas, que eu funciono sempre em função de me, myself and I e os outros.
Lá estava então, 140 visitinhas ontem para o Lisboa em Boas Mãos (leva agora mais umas quantas à minha pála e eu que até votei BE nas legislativas para não votar PS). Não resisti e fui mesmo espreitar o blog, porque entretanto já tinha debitado de viva voz algumas considerações sobre o assunto, sem sequer ter lido nada.

QED.

Li uma parte de um post que rezava assim:
“A candidata do CDS à presidência da Câmara de Lisboa, Maria José Nogueira Pinto, visitou ontem a freguesia de S. Nicolau, que tem o maior índice de envelhecimento do concelho.”
e que é parte de uma notícia do Jornal de Notícias.

Pois, tá claro que assim só lá tem 140 visitas por dia. Quem é que quer saber estas coisas? Ninguém, obviamente, para além de alguns velhos da tal freguesia que aposto que não têm net. Está tudo mal como blog.

Passo então a prestar a parte da minha assessoria de imagem blogsférica para um garantido sucesso do referido blog.

O nome nem está mal. A fotografia vamos indo, mas vá. Os textos é que são o problema. A coisa não pode ser assim despersonalizada, que diabo, se uma pessoa vai votar num candidato há que saber quem é o homem ou a mulher por trás da roupa que enverga. Quero lá saber onde vai em campanha, mas até se pode informar o público desses factos, assim levemente, enquanto se confessam coisas que o público quer realmente saber.

Imagine-se que o post em questão, sobre a visita à Freguesia de S. Nicolau, era escrito assim:

“Ontem calcei uns sapatos novos e fui ver as simpáticas velhotas do Bairro dos Pobres de Cima, cujos netos as largaram ali e mudaram de bairro quando a vida lhes sorriu como empresários em nome individual na área da importação de plantas exóticas e seus sucedâneos. Aquela pobre população envelhecida e abandonada nem net têm, coitados! Lá lhes debitei o que era suposto e ofereceram-me um ramo de flores silvestres – bem bonitas, meti-as numa jarra quando cheguei a casa, embora não fosse do tamanho certo (tenho de ir ao Ikea). No meio daquilo tudo, com o calor que estava, fiquei com uma bolha no calcanhar que me estava a matar e já não sabia de que terra era, um inferno. Não há como bolhas nos pés para uma pessoa se distrair. Vá lá que a Sr. D. Frenegundes, uma avô que trabalhou a vida toda para dar a escolaridade obrigatória a sete filhos e ajudar a criar quinze netos, percebeu aquele meu sofrimento e ofereceu-me um penso rápido (um dos netos anda a vendê-los nas horas de furos das aulas do segundo ciclo, à porta do metro). Salvou-me o calcanhar e eu pensei que é necessário erradicar aquela miséria daquele bairro lisboeta e se fosse presidente da câmara era o que faria!”

Digam-me lá se o blog não teria muito mais visitas e quem sabe? O CDS muito mais votos…