100nada

Horrorizada

com a história que a Emiéle conta (não consigo comentar nem colocar agora o link directo) sobre a MarianaUma história triste. A justiça é uma coisa de tal forma cega e tão gelada por vezes, que uma pessoa não pode evitar pensar que, se fosse connosco, era num instante que se passava para a margem do lado de lá.

0 thoughts on “Horrorizada

  1. duende

    Ainda a semana passada a comunicação social deu a conhecer um caso semelhante. Uma menina que foi largada numa instituição e que foi recolhida por um casal com quem viveu 5 anos (cinco anos de sete ou oito que fazem a vida dela). Não houve processo de adopção e a instituição viveu descansada por esse período de tempo. Ao que parece com esporádicos telefonemas (dois ou três, a acreditar na comunicação social). Há muito pouco tempo, a mãe biológica apareceu a reclamar a filha e é claro que estava no seu direito. Mas acontece que a menina foi levada da casa que conheceu por cinco anos e onde era feliz para estar novamente a viver na tal instituição.

  2. ajcm

    Abundam casos desses. Primeiro, a justiça decide cegamente. Por vezes, mais tarde, acontecem tragédias e depois todos choram lágrimas de crocodilo e sacodem a água do capote.

  3. inês

    O mesmo aconteceu com o dir. fin. aqui da empresa. Ele e a mulher costumavam acolher aos fins de semana crianças da Casa da Mesiricórdia. A certa altura quiseram tornar-se tutores de uma criança. Entretanto, como por magia, a mãe reapareceu e levou a miúda para Angola por 6 meses! Ao fim desses 6 meses viu que não conseguia tomar conta dela e deixou-os adoptar a miúda.
    A seguir a esse caso quiseram adoptar mais um casal de irmãos. A mãe tb reapareceu e o caso foi a tribunal. A sorte foi que o irmão mais velho da criança apelou à razão da mãe dizendo que o dir. fin. e a mulher poderiam proporcionar-lhe uma vida muito melhor e assim a mãe acabou por deixá-los adoptar os miúdos.

    [Também há casos que acabam bem, Catarina. Pode ser que a mãe da Mariana se dê conta do tamanho do erro que está a cometer …]

  4. carlos

    O problema é a total falta de sensibilidade demonstrada por muitos juizes do sexo masculino nestes tribunais de família. Faz falta haver mais mulheres juizes para que o resultado duma sentença não seja uma mera aplicação de leis mas sim uma verdadeira apreciação dos factos e pessoas envolvidas que leve a uma sentença justa. Xicoração.

  5. Mário

    O bafio das salas de tribunais torna-se verdadeiramente intolerável em casos como estes. Os “pais” biológicos não são donos dos filhos e em casos como os relatados nem deviam sequer deixar ver os filhos. E as histórias de “arrependimento” embora possam existir, muitas vezes são só para enganar tolos. Eternal damnation!

  6. Emiéle

    É engraçado, tenho estado a trabalhar e não tinha passado pelo teu blog, mas disse há bocadinho aqui para o lado: “Tanto quanto a conheço, a Catarina vai aparecer a dizer alguma coisa…” porque achava que isto não te ia deixar indiferente. Estava cheia de razão, eu!
    Quanto às histórias que dizem aqui, essa da menina que esteve 5 anos ou 7 anos é tão igual á minha que já algúém me telefonou a perguntar se era a mesma. Parece que a história foi contada no Expresso. É mesmo a papel químico, e só não é a mesma porque o Espresso já estava impresso quando a “minha” história se passou. Mas é rigorosamente igual!
    Quanto ao caso que a Inês conta, acho que também os conheço. Também vi esses miúdos, quer a mais crescida, quer os irmãos. Mas os pais adoptivos do caso que a Inês conta, tiveram muita força, mexeram muitas influências, e estes desta menina estão completamente perdidos… Mete dó.
    (mas já se viu o que é preciso para uma coisa que deveria ser tão natural..?)

  7. Hipatia

    Tenho uma pessoa na família que não podia ter filhos. Optou por adoptar. Bem sei que já lá vão uns anos muito, muito largos, quando as mentalidades ainda eram mais pequenas, mas mesmo assim, a filha que criou, veio de um pai que a vendeu.

    Só o facto de haver quem venda filhos, tira-me do sério. Saber que outros, que nem merecem ser pais, são protegidos por uma lei cega, deixa-me doente. Saber que a sociedade permite que se perpetuem estes casos, causa-me asco, especialmente quando recordo situações como a da mediatizada Joana, morta por € 15.

  8. mana

    Podes crer. Já comentei do outro lado. Esta é uma daquelas histórias que até me deixam agoniada.

  9. catarina

    É realmente sinistro. Ainda nem consegui comentar no Afixe, mas li os comentários todos, os esclarecimentos que a Emiéle foi prestando e a história é realmente desumana. Durante o dia fiquei a pensar em algumas coisas: que isto de entregar as crianças a um desconhecido que calhar ser um pai/mãe biológico é quase um rapto com a cobertura da lei; e que, nos casos em que dá para o torto (não é um nem dois) os pais são julgados…mas quem é que julga o juiz??? Pois é.

    Nestas merdas só penso: estamos entregues aos bichos, meus amigos.