Ali o placard do lado
(eu não devia escrever este post, mas que diabo, o blog é meu e hoje estou séria…)
todas as vezes que abro o meu blog, vejo-o. Logo ao cimo, o eco do que eu penso que seja a coisa correcta: eleições antecipadas. (Também sei que não vai haver, mas isso é o meu lado céptico, a voz gelada do realismo reconfirmado com o passar destes dias). Não se é legal ou constitucional ou o raio que o parta: a coisa correcta, a coisa clara e límpida.
E porque é que escolho que seja clara e límpida? Porque, sendo também um pouco autista, embora sem raiar o ‘a mim tanto faz’, considero-me democrata. Posso votar num lado e ficar chateada porque ganha o outro, mas não sou fundamentalista. E, cada vez mais, tudo se confunde e acaba por ser muito parecido. Cada vez mais a minha tendência política é para o lado da transparência e da honestidade intelectual e não para o lado simplificado do mundo a preto e branco, esquerda direita. Não me considero nem dum lado, nem de outro, há princípios dos dois lados (esses considerados esquerda / direita) com os quais me identifico. Outros menos.
E depois, acredito na alternância democrática. O poder corrompe? Não sei, a alguns provavelmente, outros haverá mais imunes, mas a certeza do lugar garantido é bem capaz de gerar ineficiências. Por alguma razão, primeiros mandatos têm sido melhores que segundos.
E não há como escapar às pessoas. Nas autárquicas voto sempre no Presidente da Câmara. Se me parece que a Câmara anda bem, voto no que está. Se me parece que a coisa anda mal, voto noutro. Quero é que me arranjem os buracos da estrada e mudem as lâmpadas dos candeeiros da rua e possa entrar em casa descansada e que a escola pública não seja uma miséria e por aí fora. Sou uma criatura com tendência para descomplicar.
Nas legislativas voto em pessoas e partidos. Pessoas primeiro. Não me interessa que haja quem vote cegamente no partido. Não me interessa que seja suposto. Não tenho que escolher o que é suposto. Se não é para votar em pessoas, façam listas e programas e escolham as pessoas depois. Não fui eu quem organizou este sistema dúbio, portanto interpreto-o da maneira que me apetecer.
Este longo prólogo para as seguintes conclusões:
Eu quero eleições antecipadas. E não sei em quem votar. Já pesei uma data de coisas, partidárias, sobre pessoas, sobre comportamentos dignos e ranhosos, sobre, enfim, um gajo vai pensando nestas merdas. Claro que é um exercício de reflexão que cada vez mais me parece afastar-se da realidade, mas em caso da coisa inesperada (pelo menos para mim, e inesperada não quer dizer desesperançada), um gajo questiona-se:
– e voto no quê?
E é um bocado triste para um gajo que andou Alameda acima e abaixo de bandeira na mão (e até a carregou de moto pela Marginal), quando ainda nem tinha idade para votar mas tinha esperança e optimismo, que agora olhe para todos os lados e não vislumbre qualquer alternativa onde depositar um grãozinho disso.
- 'E ela dança'
- É que
É! Dá cá mais 5.
Mas sabes, algo me diz que desta vez as eleições antecipadas podem ser a escolha do PR. E ao menos isso. Que seja um povo mesmo baralhado a ditar as sortes.
Beijo
Pode ser que sim. E estou como tu: a ser complicado, que ao menos seja escolhido por todos.
Não há justificação possivel para não se fazerem eleições antecipadas. Como tu estão muitas pessoas, isto é, cada vez mais se vota em pessoas e não tanto em partidos, ou pelo menos esses votos, os tais flutuantes, os que decidem, seguem a maioria essa base. Sendo assim se o homem escolhido ha 2 anos foi o Durão e agora este pisga-se, o povo tem de escolher outro… simples, básico! O PR não tem outra alternativa senão esta, pelo menos em democracia.
Está muito bem visto… Eleições, OK! E depois? Quem?
Eu continuo a pensar que vai haver antecipadas. Sou assim para o optimista. Principalmente em dias de sol.
A ver vamos.
Pelo que diz hoje o “Público” tasmbém estou esperançada.
Mas estou como tu., Catarina. Cada vez mais a política me merece menos crédito.
Subscrevo as tuas palavras. Estou como tu. Prefiro as eleições antecipadas, mas vou-me ver grega para decidir em quem votar.
Escolher entre Ferro e Santana? Não seria melhor esperar por Novembro (ver Adufe)?
Mar, nem é tanto a política que me merece descrédito; são mesmo muitos dos actuais políticos. E cada vez me parece haver mais desses.
1poucomais, creio que há muita muita gente nas mesmas condições.
Cap, eu li e pensei, sempre há uma esperançazinha. Sim, realmente era uma opção séria.