100nada

Caos(zinho)

Toda a gente sabe que eu aprecio o caos. Dá chatices, admito, mas há qualquer coisa que me põe aos pulos e a bater palmas quando o circo está prestes a pegar fogo. Quando chega ao ponto do “isto vai dar tanta merda” já estou com um sorriso dos grandes, a esfregar as mãos, a afiar as facas e a puxar das pipocas. Há uma certa glória no caos, tudo a desfazer-se, há ali um potencial dos diabos, uma energia brutal que até pode ser criativa e se não for, é fixe à mesma, muita adrenalina e tudo a passar-se na onda do que se foda e o depois logo se verá. Há abandono no caos, uma loucura bestial, um intervalo nas máscaras e convenções. Toda a gente devia experimentar, pelo menos uma vez na vida.

O caos(zinho) é exactamente o oposto. É um caoszeco manhoso, protagonizado por baratas tontas, feito de palermice que nunca sequer aquece quando mais pegar fogo, porque é sempre sobre qualquer tema menor que não daria merda nem que se esforçasse muito, uma qualquer medicaca sem importância a que os medíocres se agarram. Esse sim, chateia-me e irrita-me e tira-me do sério. É um desperdício total de energia e tempo (“tempo é energia”, eu sei), extravasa para as pessoas que preferiam estar partir a loiça toda e não serve para rigorosamente nada.

É também por isso que cada vez vejo menos notícias.

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