New Order
Tinha o braço partido e guiava. Era o que causava mais espanto (nessa idade tudo é extraordinário) e algum, não, não era medo, nessa idade nada mete medo, a voar pela auto-estrada e de braço – direito – partido. Não fazia diferença, nem ali nem noutro lado qualquer.
Havia música (de todo o tipo) muito bonita e estranha, de adultos, de pessoas mais velhas que apreciam coisas alternativas, música ou pessoas. A alternativa (pessoa) nas tintas, as alternativas têm sempre uma vantagem, sabem mais e, sem medo de nada, a indiferença pelo resto (todo) é total.
De braço partido passou para quase úlceras (angústias de quem não tem unhas para se meter em merdas) e, na inevitável despedida, apresentou-lhe (já pelo correio, entre cartas a acenar que ali estava, ainda à espera de um dia mais favorável à tomada de decisões) uma cassete com, ao menos fique com a minha música! uma colectânea de Joy Division e New Order.
- O mesmo verão
- 50 anos