Também por aqui: Já Basta!
Assim que o Movimento Já Basta (Movimento de Blogues contra o actual (des)Governo) apareceu no Facebook e nos blogs, claro que apareceu logo o “contraditório”: ah já basta (seus palermas)? e então soluções, ideias, não há? ah poizé, são do contra mas não sabem o que propor em alternativa! Coisa que me enervou logo imenso. Porque por cá, se não se se faz nada, é porque se é um manso dentro do sistema e se quer facturar alguma coisa com isso e se se faz alguma coisa, é para angariar assistência e porque se quer facturar alguma coisa com isso. Porque há três espécies de portugueses: a que não faz um cu, a que tenta fazer qualquer coisa e a que diz mal. Esta última, claro, é transversal às outras e eu consigo dizer mal de todas num só post, como se nota.
Prosseguindo: portanto os blogs não se podem juntar num objectivo comum, que é basicamente dizer que chega desta porra, siga e venha outro, que estamos fartos deste desgoverno galopante, porque não apresentam alternativas nem soluções. Mas era só o que faltava agora, hein? Quer dizer, ninguém se podia manifestar contra nada sem apresentar soluções, por essa ordem de ideias. Um gajo chateava-se com o atraso do autocarro, mas não se podia manifestar contra sem apresentar um pacote de medidas para reorganizar o sector. Assistia a um assalto mas não podia berrar “cabrão do ladrão, estou farto desta corja nesta rua” sem ter uma solução para o crime organizado na área. Ora porra. Uma pessoa tem todo o direito e é mais do que legítimo dizer, alto e bom som, Já Basta! e não tem qualquer obrigação de apresentar um programa alternativo de governo para manifestar o seu desagrado (o eufemismo do ano deste blog) sobre o governo vigente. E qualquer pessoa que saiba ler, vá lá, minimamente, verá que, na grande maioria dos posts sob a chancela do Já Basta, alguma coisa que está mal e se quer mudada está ali sublinhada, desde o o IVA do golf, até à forma como se gastam os dinheiros públicos. É, aliás, todo um programa. Basta saber ler. Coisa que, para muita gente analfabeta é muito complicado, já estamos fartos de perceber.
No entanto, posso aqui fazer uma listinha das minhas soluções assim mais gerais. Por exemplo honestidade, seriedade, sobriedade na governação. Para começo. Depois um abanão na justiça, para que ela funcionasse realmente, resolvia logo metade dos problemas do país. Acabar com uma boa parte dos institutos que não servem para nada e por aquela gente toda a apanhar cocós de cão na rua, resolvia dois problemas de uma só vez: reduzia a despesa e melhorava a saúde pública. Excedentários do funcionalismo público, tudo a limpar florestas e matas, só faz é bem levantar o cu da cadeira e respirar ar puro, enquanto se exerce uma actividade física: era num instantinho enquanto a saúde fazia logo poupanças nas consultas de obesidade e coronárias. Querem mais coisas? Podia ficar aqui a noite toda. E o mais giro era que afinal toda a gente já tinha ouvido falar nessas soluções. Nestas e nas outras mais a sério. Então afinal alguém já as tinha referido antes. Pois, lá está.
Fiquemos por aqui e de preferência a meio caminho entre Portugal e a República das Bananas em que isto se está, sem qualquer vergonha na cara, a transformar.
Por aqui, também se diz
- O nosso planeta e o nosso universo
- O tempo que antecede uma coisa boa
Um post que é um verdadeiro programa de governo!
Porque é que os políticos não têm (ou preferem não exercitar) ideias do mais simples bom-senso???
Subscrevo in-tei-ra-men-te!
Asinado:
Uma “popular”, aliás “eleitora” aliás “contribuinte” – as minhas únicas “qualidades” que interessam a quem é governo e a quem pretende sê-lo..
E venho aqui re-postar comentário porque adorei o instantâneo que me tirou e que tão bem adorna o meu nome de comentadora
ahahahah é o WP que mete, mas tá muito bom mesmo! 😀
Alto lá e pára o baile: o golfe, os charutos, os carritos Range Rover, os cognacs grande champagne XO e as putas finas são objectos de primeira necessidade e o seu IVA deve ser nulo! De facto só os carros é que pagam os 21%, os charutos vêm pelos amigos de Cuba e os cognacs compram-se em França com IVA reduzido como artigo alimentar… Mas mexer no IVA do golfe é um sacrilégio, um desporto tão importante para manter a saúde dos nossos idosos e dos pensionistas…
Por acaso espanta-me a quantidade de gente (inteligente, ainda por cima!) que, à falta de melhor argumento, cai nessa de dizer “Ah e tal, não vieram com cartazes cheios de soluções, então a manif não conta!”.
Mas olha que pôrra…. se um hospital me tratar mal de um reumático qualquer, eu só poderia protestar se indicasse qual deveria ter sido o procedimento médico adequado???!!!! Mas estará tudo doido??!!!! Se o cidadão comum quiser governar vai e inscreve-se num partido político (ou funda um!) e, quem sabe um dia, há-de lá chegar e aí sim poderá dizer como é que se deve governar o país. Agora se o cidadão quer continuar a ser um mero cidadão, o que, parece-me, é um direito que lhe assiste, porque raio é que, para dizer que não está contente com o que vê acontecer no seu país, há-de ter primeiro que pensar nas medidas governativas que resolveriam os MUITOS problemas que ele tem??…
Está tudo doido, só pode.
Subscrevo este post inteiramente. Porque realmente já basta: já basta desta política e já basta desta mania de deitar abaixo – ou é porque o povo não se manifesta, ou se se manifesta é porque não diz como se deve governar… haja pachorra!!!!!!
É pena os blogs não terem “Like” nos comentários, pra eu poder pôr um no comentário anterior…
Agora não se pode dizer mal, porque não se apresentam soluções!! Criminalizar o enriquecimento ilícito, obrigar à expulsão dos partidos todos os que são membros de sociedades secretas e obrigar todos os organismos públicos a apresentar contas seria só um aquecimento para apresentar propostas…
è dificil ganhar votos e viver da politica, oferecendo soluções para o País e todos os seus habitantes.
Mas parece-me que o sentido de Governação, foi perdido algures no tempo, por quem anda por lá…ou tenta ir para lá…logo é mais fácil , não apresentar nada…..enfim…é a decadência total.
Ós meus sinceros parabéns pela objectividade do Post.
Filipe