No semáforo vermelho
(5 de Outubro)
Está um pobre aleijadinho a pedir. Sofre de uma canadiana, arrasta as duas pernas que entortam para dentro e de tremuras pelo corpo todo. Para além disso sofre de um caparro porreiro, barba por fazer e cara de quem arranca máquinas de multibanco só à força de braços, nas horas vagas. Estende as mãos para os carros, benze-se todo duas ou três vezes e depois, como ninguém abre a janela, faz outros gestos que devem significar uma praga qualquer por ninguém o acudir. Lembro-me logo dos pedintes mais conhecidos dos meus tempos de estação de comboios do Cais do Sodré, a caminho das aulas: o cego que saltava poças de água no inverno e o aleijado que sofria de uma perna das calças arregaçada.
Vá lá que o semáforo abre antes de chegar a minha vez de levar uma praga. Mas antes isso que uma canadiana pelo vidro adentro. Ou abrir a janela e ficar sem carro. Isto hoje em dia anda perigoso e já nem nos pobrezinhos coitadinhos podemos confiar.
- E antes que venha por aí fora uma catrefada de reclamações
- Porque é que lemos os blogs que lemos?
é verdade, mas os que mais me irritam são aqueles que andam a pedir nos semáforos com crianças ao colo… esses é que até me reviram as tripas…
Para esse peditório já me fartei de dar (até literalmente).
Eeeehhhh lááááá … eu lembro-me do cego salta-pocinhas!
HAHAHAA … muito bom.
Ao pé do meu escritório, há um romeno que tem sempre uma conta diferente para pagar consoante a hora do dia, de manhã é a luz, à hora do almoço é a da farmácia e à tardinha é a do gás.
O número de filhos também varia …
Beijukaaaaaaa
Também se faz renda ao volante?
Mlee, era o cego mais conhecido dali.
Pois, esses das desgraças todas, também os há e não conseguem sequer ser originais…
beijinhos!
LNT, vai-se fazendo, vai-se fazendo.
sofrer de canadianas e de calcas arregacadas tem muuuuuito piada
bjinhos
Beijinhos, querida.