O café da esquina
Comecei a tomar café de manhã ou ao fim da tarde num café aqui perto. Um café é força de expressão. É um balcão numa parede e meia dúzia de mesas do outro lado. Uma esplanada com duas mesas onde só me sento quando vou lanchar iced tea, o que é quase nunca.
Tem só um empregado-dono-faz-tudo. Todas os dias me cumprimenta com um comestápassoubem?bicaecopodáguásair. Depois diz, entãotémanhã.
Hoje, depois do ritual do comestá, ficou calado. Pousou a bica e o copo de água em cima do balcão. Eu peguei na chávena. E ele disse de repente, preparada para o fim de semana grande? Eu acenei que sim e ele continuou, já há neve na Serra da Estrela, ligaram as máquinas. Os meus amigos vão lá este fim de semana, eu não posso que a minha cara metade está a trabalhar. Mas são uns fins de semana bons, dá para descansar, depois é só uma semana inteira e depois mais uns feriados de Natal, há até quem tire férias nessa altura…
É engraçado como quem nos serve café todos os dias vê melhor o que vai em nós do que todos os outros que nos rodeiam.
- De nada!
- Para a Gotinha