Nem estou cá, só vim ver a bola

Todos os verões me estoiro antes de férias. Como se fosse preciso chegar ao limite para depois recomeçar.
Tenho tanto para escrever…mas não posso. Uma merda, isto. Esgotam-se as imagens veladas. Um dia destes rebento. Já ando a apagar posts. Já parei noutro lado. Mas não há muito a fazer. Um gajo tem um blog, aguenta-se à bronca. Foda-se até parece que é alguma coisa importante, ter um blog, ao mesmo tempo dá-me vontade de rir estas parvoíces macacas. Estou mesmo a precisar de férias. Este post não tem comentários. O blog é meu, faço dele o que me apetecer. Faço birras se me apetecer. O que se passa é que estive a ler uns blogs bestiais. Não os vi citados em lado nenhum. Mas são mesmo muito bons. Irritei-me. Gostava de escrever assim. Cada vez que me remetem para a minha mediocridade, repenso esta perda de tempo. Acho que sim, que um gajo pode ir escrevendo umas tretazetas para se distrair, para se divertir, para se rir um bocado. Até pode escrever umas tretazetas mais sérias e tal, ou mais irreverentes ou mais qualquer coisa. Mas tem de estar ciente que são tretazetas. Tem de se por no seu lugar. Tem de ter noção de perspectiva. Mas um gajo ilude-se. Sonha com mais, pensa, se calhar até quem sabe, olha para um escaparate de livraria e alucina que era giro um dia (até quem sabe) e essas merdas. E isso não é nada bom, não é saudável. Um gajo até nem é dado a isso. Até nem tem nada a ver com isso. Até faz na vida coisas totalmente diferentes. É como se um sapateiro pensasse que, lá porque nas horas vagas e usando a faca de cortar o cabedal, agarrasse nuns bocados de madeira e fizesse uns bonecos toscos para os amigos, já era capaz de descobrir e esculpir almas de figuras dentro de pedras e mármores. Um gajo tem de se ficar pelas meias solas e pelos bonecos de madeira e não andar a querer voar muito perto do sol. É mais ou menos isso. Embora irritada, até agradeço a quem me repõe no degrau da escada (primeiro lance) onde creio que é o meu lugar.
Isto um gajo tem de se enxergar.

Agora a coisa funciona assim: eu faço de conta que não escrevi isto e os meus caros amigos fazem de conta que não leram e fica tudo na mesma.

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