100nada

Mesmo assim

vou dobrar aqui só um bocadinho o canto desta página. Não só com o que não escrevi, mas também por ter tido onde despejar as palavras todas (imagem lisonjeadora, hein?). É nestas merdas que um gajo acredita que qualquer coisa acontece, ou acredita em qualquer coisa apenas. Ou nem sei, deve ser só sono. (Claro que não é, trata-se apenas de sono suficiente para ter que recorrer ao sono como desculpa enquanto se procura o “beco” por onde se quer seguir, ah está ali, é que agora há palavras que me causam alergias várias
para não dizer vómitos
que ficaram completamente estragadas
podres
e que não as quero usar mais.
Mas tenho sono e não encontro outras que as substituam tão bem.)

Deveria ser fácil escrever coisas simples como é giro aparecerem as pessoas certas quando nem sabíamos que precisávamos delas mas não é por aí. É outra coisa. Muito mais que isso.
Limito-me a dobrar o canto da página e
(ir dormir)
despertar mais um bocado, talvez.

É bem capaz de ser altura de acordar.
(mas também pode ser coisa que se resolva com umas bolachas)



Eu não me aguento

aqui vai um recado que ando há anos para mandar:
(lembrei-me quando vi os meus mini posts abaixo)

Os posts não se medem aos palmos. Ou, trocado por mais umas quantas palavras: quando um comentário atinge um determinado número de caracteres, não há qualquer necessidade de o transformar em post.






Seguindo os passos do Aspirina B na feitura de títulos maiores que o post e aproveitando a oportunidade para dizer ao João Pedro da Costa que era uma ideia regressar, nem que fosse com aqueles posts enormes sobre música que a malta só vê é os bonecos, sendo que esse assunto não tem rigorosamente nada a ver com o teor deste post, passo a apresentar a última palavra, pouco elegante mas bastante eloquente, acrescentada ao meu léxico:

azaralho.



Assinando por baixo

“A blogosfera é curiosa

A blogosfera é curiosa. Tem pessoas que gostariam imenso de ser outra coisa. Mas não conseguem. O mais que conseguem é disfarçar o seu gigantesco mal estar — na maioria das vezes provocado exclusivamente por uma irracional inveja da notoriedade alheia, como se a notoriedade fosse um valor em si mesma. O disfarce, porém, é tão frágil quanto pequena a formação moral e intelectual. E a capacidade.
A blogosfera é curiosa — e perigosa. A sua democraticidade parece que deixa no mesmo patamar os que são e os que gostavam de ser. Há sempre aquele momento em que o leitor avisado chega e, não conhecendo os sinais, confunde o disfarce com a pessoa.
Mas os carnavais têm, felizmente, curta duração. Três dias por ano — não se pode dizer que seja insuportável.
As pessoas não são o que dizem ser ou o que escrevem: as pessoas são o que fazem. Basta então olhar por cima do vapor para separar quem é de quem gostaria de ser. Quem faz de quem basofa. Quem sabe de quem pretende. Quem se arrisca de quem se protege. Quem vive de quem finge.
Para alguns, a blogosfera tornou-se um alcool sem regresso. A liberdade para disfarçar, para revestir o seu vazio exterior com um personagem de template, turva-lhes o fraco raciocínio. Trocam definitivamente o mundo onde não conseguem ser pelo mundo onde ao menos lhes é permitido parecer.
E quem lhes pode levar a mal por isso?”

Paulo Querido

(e porque a discussão sobre o assunto é no blog do autor deste texto, por aqui fecham-se os comentos a este post)