100nada

Ora então vamos lá ao que interessa 2

Um post vários-em-um:

Quem também – que coisa estranha esta – ficou farto do weblog foi a rapaziada do Troll Urbano (onde escreve a Isabel Faria). Mudaram-se para o blogger e fizeram eles muito bem.

Já a minha querida Emiéle continua de pedra e cal, com uma paciência de santa para o weblog e comemorou um ano de blog com esta porcaria a nem deixar dar os parabéns decentemente. Já nem digo nada, para o peditório do aeiou já dei mais do que suficiente. Fico-me por aqui, por enquanto, por inércia, por me custar imenso deixar esta comunidade que o Paulo Querido construiu e, principalmente, por não ter ainda conseguido acartar a bagagem de arquivos não aqui do tasco, mas do outro lado: esses são-me preciosos e só mudo com tudo atrás.

Entretanto, enquanto lia jornais semanários, comprava material escolar e me iniciava no maravilhoso mundo do desporto de competição (na versão 5/6 anos), deixei passar ao lado mais uma data de efemérides, todas elas importantes. Algumas provavelmente ainda nem me dei conta, mas das outras, aqui ficam os meus parabéns aos três anos de blog do Vítor I. e do André (que foi citado na televisão e tudo, embora não por causa do aniversário).

Finalmente, aqui desvendo o meu mais bem guardado segredo: o MELHOR BLOG DOS ÚLTIMOS TEMPOS é o delírio quotidiano da Florença, a Testar os seus Limites.



Vinte vezes

escrever vinte vezes a palavra “identidade”

identidade identidade identidade identidade identidade
identidade identidade identidade identidade identidade
identidade identidade identidade identidade identidade
identidade identidade identidade identidade identidade

(mentira, fiz batota com o copy paste)


No nosso tempo é que era bom!

Isto do saudosismo bairro-altista é um bocado conversa de velhos, não acham? Eu também me lembro de montes de coisas e de histórias e gostei de ler os posts sobre o assunto mas, quando começo a pensar, ora bem, foi há, xacáver, 25 (VINTE E CINCO) anos que comecei a frequentar a noite lisboeta (tirando o Jamaica, que foi ainda antes), caneco, a última coisa que me apetece é escrever um post!





No semáforo vermelho

Olho para o relvado (grama? erva aparada? depende da altura eleitoral em que foi colocado) ao lado, estão, conto-os, seis homens com um enorme pano ou plástico – metros e metros dele – estendido no chão. Estão a dobrá-lo. Primeiro não percebo o que é, parece-me coisa insólita, penso, será um pano para andaimes, mas o prédio mais próximo ainda está longe. Depois é que vejo o outdoors, mais acima, espetado na encosta. Um enorme painel à entrada de Lisboa, sem nada anunciado, apenas uma estrutura nua. Os homens estão a dobrar publicidade. Tento lembrar-me do que seria, não me lembro. Amanhã estará outro. Publicidade para uma cidade, urbana, pensada, com mensagens subliminares para vender qualquer coisa que, aparentemente, não tem nada a ver. Lembro-me então do outro cartaz, numa estrada de província, em Agosto: uma fotografia de um leitão trespassado por um espeto a anunciar uma qualquer festa. Enquanto a citadina em mim ainda está a pensar, credo, que coisa tão crua! já a matarruana se pergunta se o pau será de alguma madeira especial para dar ainda melhor sabor ao assado.


No semáforo vermelho

está parado um autocarro de dois andares. O de cima é sem tecto e, nesse andar, uma série de cabeças todas brancas; reformados turistas, vindos de países onde já é inverno, muito brancos, quase da côr dos cabelos, à procura do sol. Encontram-no ali, a cair-lhes em cima à hora de almoço. Preocupo-me em encontrar chapéus, mas apenas consigo ver uma cabeça coberta com um boné e, claro, o homem vai sentado num dos únicos lugares à sombra, mesmo à frente: a prudência do boné e a sombra; penso, nada daquilo é por acaso. Imagino-o o chato da excursão, a dizer à mulher que vai apanhar um escaldão e ela, debruçada para trás a conversar com as amigas que são, naquele momento, tão chegadas e que depois, talvez, talvez, ainda se resumam a um cartão de boas festas este ano. Mas isso já imagino, que o semáforo abre e a voz da guia dirá entretanto, if you look to your left, you will see a portuguese typical market.

Praça de Espanha, 12.30 pm