100nada

O pó sobre as superfícies

Uma pessoa arma-se de panos côr de laranja, bordados a ponto cruz nas bainhas e impressos com um desenho de uma chávena de chá a um canto, e ataca o pó sobre as superfícies. Parecendo, não é, porém, tarefa fácil limpar os pós que se acumulam. O pó tem aquela particularidade de flutuar no ar e poisar, como quem não quer a coisa, nas mesmas superfícies. Tarefa repetitiva e inglória, há sempre parte do mesmo e algum novo, esmigalhado e esmifrado em horas passivas de necessárias esperas

não, não é um post sobre domésticas

mas são tarefas domésticas, essas cujos gestos se tornam automáticos, enquanto a concentração se esforça por não deixar escapar canto maculado: o que se deseja é que todas as superfícies brilhem, que espelhem a mão que as limpa à custa de paciência e tempo, muito tempo. É tarefa nobre, a remoção de todo o pó sobre todas as superfícies, é tarefa doméstica pois que a vamos fazendo nas nossas casas, é tarefa limpa, executada com ternura pelas superfícies que queremos livres desse pó que criamos em dias em que tudo aquilo em que tocamos se transforma, sem se saber bem como ou porquê, em pó que julgavamos ter voado pela janela no passado.


A manutenção de um blog

dá uma grande trabalheira. Uma pessoa quer responder aos comentários na altura mas não pode, depois anda a responder por grosso e meio atabalhoadamente, mas é o que se arranja. Depois ainda limpa a lixarada dos comentários. Agora devia atirar-me ao template, que falta actualizar umas quantas coisas mas fica para outro dia. Uff!



Caneco…

…até reabri isto que estou de cara à banda. Bolas, quer dizer, babyblogs…bolas…que grande lista! Que grande trabalheira deve ter dado aquela lista toda. Não conhecia o blog…palavra que estou sem palavras…são mais cás mães, quer dizer, não são, claro, mas…enfim vou mazé dormir (a minha alma está parva e este post tem reticências a mais).
Mas os meus sinceros parabéns ao autor(a/es) daquela listagem tão completa.


Estive a ler blogs e comentários

conclusão: tá tudo maluco!

Já sabiamos, claro, mas é sempre bom confirmar. Ora então um su doku antes de ir óó e depois de matar uma traça chata que anda por aqui e por hoje tá feita a coisa

fugindo a escrever um post que começaria assim

Faço de conta que as árvores da cidade onde nasci não arderam. Nem fui ver, nem irei. Para mim continuará rodeada de montes verdes e não me lembro, não me lembro, não me lembro de passar naquela madrugada na A1, dentro de uma nuvem de fumo, não sei nem quero saber, não quero ver, não quero ver, não quero ver.




Reflexões: Chapéus há muitos

Ouvi vagamente qualquer coisa sobre um chapéu recebido por um Presidente. Ou um Chapéu recebido por um presidente. Penso que a palavra protocolo será desconhecida de grande parte das pessoas. Boa educação confundida com direita fascistóide, chapéus é que é a modernidade e a liberdade e abaixo a gravata. Pouco andámos desde 75 mas o sentido da marcha tem sido, sem dúvida, para o lado mais achinelado do povo.



Reflexões: o anti-americanismo chateia-me mesmo

(durante as férias uma pessoa tem tempo para dar conta de detalhes de gestão editorial ou lá como é que se chama:)

Público, primeiro dia: fotografia na capa, reportagem na página 17;
Público, segundo dia: fotografia (impressionante) na capa, reportagem na página 23;

(ao pé de mim alguém ironiza: “quando descobrirem que grande parte daquela gente é preta e pobre aposto que a notícia sobe de página”)

Público, terceiro dia: fotografia na capa, reportagem nas páginas 2 e 3, pelo menos.

O politicamente correcto também me chateia mesmo.