100nada

Omais fiel leitor

Tenho um fiel leitor (o mais de todos) que até pode ser uma leitora (não sei porque é que imagino que seja homem., talvez por ser mulher). Vamos supor que é um leitor, senão estou aqui o tempo todo a organizar os o-barra-a todos e depois já nem me apetece escrever o post.

Chamo-lhe o ‘meu mais fiel leitor’ sem qualquer desprimor para todos os meus fiéis leitores, por uma razão muito simples: ele não sabe que eu sou eu. Não é leitor de já há algum tempo, não é leitor que conheça outros registos meus, não é sequer leitor deste blog. É um leitor que, por qualquer razão, curiosidade talvez, clicou num blog que, durante uns tempos curtos, teve a média de três ou quatro visitas por dia e produziu apenas meia dúzia de posts. Esse meu blog, agora descontinuado (nem sei se ainda me lembro do user name ou password), ao fim de um dia ou dois, deixou de ter os três ou quatro visitantes por dia: só tem um. Esse.

Não faço a mais pequena ideia de quem seja. Sei que clica de uma empresa do outro lado do mundo, pelo que seria fácil encontrá-lo no contador aqui do tasco, se cá tivesse vindo alguma vez. Não é o caso. Mas todos os dias clica no outro, um insignificante blogueco de esquina fechado há semanas ou meses, nem sei bem. Se isto não é um ‘o mais fiel leitor’ não sei o que seja um ‘o mais fiel leitor’.

(já pensei em deixar-lhe lá um post a dizer, ó criatura, se quer ler mais dislates, vá ali ao tasco ao lado! Mas, para além do tal problema de não me lembrar dos acessos, não sei…tem mais piada assim. Talvez.)



Botswana (aguentem-se que agora ando assim)

Ao Segundo capítulo já estou a perguntar, mas isto é verdade ou ficção? A minha ignorância (para lá das ex-colónias e de outros países africanos que, por uma razão ou outra, ‘conheci’ em textos, estatísticas e afins) é imensa. Sobre o Botswana, zero: uma pessoa sabe a sua geografia (mais ou menos, mais ou menos) e pouco mais. O que sabe é que o continente é uma panela sempre a ferver (e a explodir) numa sopa de guerras, conflitos, pobreza extrema, corrupção enorme, Mercedes topo de gama a passarem ao lado de gente a morrer de fome, ajuda externa que não chega exactamente ao destinatário, boas intenções internacionais e o inferno que aquilo é sempre cheio. Um continente tribal artificialmente dividido e/ou junto em mapas desenhados em papéis pertencentes aos europeus: aquilo é meu, aquilo é teu, azar se os indígenas não se entendem, damos cabo deles se se portarem mal e está o caso arrumado.

Depois, um dia, o colonizador foi-se embora e, na independência dos países africanos, foi (e é) o que se viu (vê).

Então, porque diabo o Botswana escapa parcialmente a este destino (o da guerra, não o da pobreza)?

“Bush people were the original inhabitants of Botswana. They originated in the north and have gradually migrated southwards. Approximately 2,000 years ago the Hottentots followed the Bush people who were then followed by Bantu speakers. The three groups coexisted happily and there was a flourishing trade between them.“

1. Os três grupos coexistem harmoniosamente.

“The Batswana, a term also used to denote all citizens of Botswana, refers to the country’s major ethnic group (the “Tswana” in South Africa), which came into the area from South Africa during the Zulu wars of the early 1800s. Prior to European contact, the Batswana lived as herders and farmers under tribal rule.

In the 19th century, hostilities broke out between the Batswana and Boer settlers from the Transvaal. After appeals by the Batswana for assistance, the British Government in 1885 put “Bechuanaland” under its protection. The northern territory remained under direct administration and is today’s Botswana, while the southern territory became part of the Cape Colony and is now part of the northwest province of South Africa; the majority of Setswana-speaking people today live in South Africa.

Despite South African pressure, inhabitants of the Bechuanaland Protectorate, Basuotoland (now Lesotho), and Swaziland in 1909 asked for and received British assurances that they would not be included in the proposed Union of South Africa. An expansion of British central authority and the evolution of tribal government resulted in the 1920 establishment of two advisory councils representing Africans and Europeans. Proclamations in 1934 regularized tribal rule and powers. A European-African advisory council was formed in 1951, and the 1961 constitution established a consultative legislative council.”

2. Não sei porque carga de água acho isto e, se calhar, até estou mais do que errada: mas dá-me sempre ideia que os ingleses, comparativamente a outras nações, tiveram mais jeitinho para a descolonização.

(à suivre, que me deu uma coisa sobre este país)





Já é Abril

A começar pelos agradecimentos todos; que é nos dias de festa em que cantam as nossas almas que essas cantam melhor quando se sente (aquilo que se sabe, mas que é sempre bom sentir assim mais perto) que, estando muitas vezes fisicamente longe, temos muita gente perto, para além dos que estão realmente perto; e que seja ela (toda essa gente) tia já nos oitenta anos que nos diz que estás cada vez mais bonita minha filha, seja prima ainda pequena que canta ao telefone com os pais, seja amigo de adolescência que já não nos vemos há quanto tempo? Que vidas as nossas, a ver se um dia destes nos juntamos, que só falamos ao telefone, seja amiga querida que se conheceu através de filhos escritos, toda ela (essa gente) nos manda mimos em dias destes.

Em pleno agora na minha meia idade (que os quarenta é só o fim dos trinta mas os quarenta e dois já começa a ser respeitável) reparo que tenho pessoas na minha vida que atravessam as gerações. Toda a gente tem, claro; talvez a questão não seja tanto ter estas pessoas: talvez seja mais o entender. Enfim, não liguem, coisas de gaja a começar a cair da tripeça mas ainda nos trinques – meia idade, idade em que tudo é por inteiro na metade.

Os agradecimentos portanto. A todos os que me enviaram beijos e abraços de parabéns, incluindo eventuais emails que ainda não li (a netcabo e eu continuamos a ter problemas de comunicação).

Entretanto e no regresso de férias, encontro-me já mascarada de citadina. Disfarço bem, creio. Mas o meu coração está ainda em fase de preenchimento com pás, ancinhos e muitas sementes e bolbos. É possível que por aqui se passem a ler coisas sobre sulcos de cenouras ou o plantar de árvores.