jaz agora no caixote do lixo, rasgadas as páginas, folha a folha, uma por uma. Um ano de coisas que fiz ou iria fazer ou aconteceu que afinal não fiz por qualquer razão; coisas marcadas, coisas a lembrar, coisas a anotar. Nomes e números e
(para além das óbvias coisas de trabalho)
almoços com (tigo e contigo, lembram-se?) ou só contigo (o que nos rimos), ou contigo (morre longe, animal), ou lanches marcados e cafés desmarcados e números anotados e consultas e médicos e exames e operações e dores e condomínios e ‘entregar irs’ e
números de telefone que não sei de quem são (sem nome ao lado) e
coisas estranhas que nem percebo o que seriam
(c. amanhã levar s+l)
e dias de anos e de anos de blogs (!)
e nomes de pessoas, só assim
(telefonaram? devolver chamadas?)
e dívidas rápidas
(20 ct à Ana)
riscadas e aumentadas
(40 cm à Ana)
(acho que te devo 60 cm, Ana)
tudo aos bocadinhos agora no meu caixote do lixo.
E uma agenda para 2005 muito limpinha, sem nada escrito.