100nada

Posto isto

(que muita lamechiche junta começa a correr comigo mesma do meu tasco), vou ler os jornais que ainda nem li. A minha vida tem estado suspensa, com breves intervalos para respirar fora da angústia onde estive sempre mergulhada e que terminou hoje às seis e dez da tarde. Eu sei, são assuntos para outro lado, mas apetece-me gritar ao mundo que hoje sou uma mãe (muito) aliviada.


Reposting

Há noites
ou dias inteiros, ou anos, ou segundos, talvez. Em que se agarra uma palavra e ela fica colada na palma da mão aberta, sem se mexer, a fazer de conta que não está ali (mas está? não sei). Uma palavra disfarçada de pele, a fazer-se pequena, a virar a cara envergonhada, não olhes agora senão vou embora, não me ligues, não me leias, não estou cá.
A palma da mão imóvel.
A palavra levanta-se muito devagar. Não tremas a mão agora, não quero fugir daqui, mas não me vejas. Deixa-me ficar aqui, eu não te maço, não salto para os teus dedos, para os teus textos, fico muito quieta, fico calada, prometo que não me escrevo. Não vais dar por isso, pois não?
Mas não feches a mão.

TrAmo-te (acontece que quando se ama, o resultado inevitável é que também se trama), Nov.2003



O tempo possivel

– Não sei, quando duas pessoas estão apaixonadas, deveriam ter o direito de estar sempre juntas durante…não sei quanto tempo, tens ideias?

– Tenho. Durante o tempo inteiro em que estão apaixonadas. Mas aprende-se no 3º ciclo que isso não é possível.




Segunda feira

Está um dia tão bonito.
Quer se queira, quer não, qualquer que se tenha como presente estação, o tempo caminha sempre (inevitavelmente)

(ia escrever para o Verão, mas aí a coisa é que ficava mesmo post-quadrinha).