Reposting
Há noites
ou dias inteiros, ou anos, ou segundos, talvez. Em que se agarra uma palavra e ela fica colada na palma da mão aberta, sem se mexer, a fazer de conta que não está ali (mas está? não sei). Uma palavra disfarçada de pele, a fazer-se pequena, a virar a cara envergonhada, não olhes agora senão vou embora, não me ligues, não me leias, não estou cá.
A palma da mão imóvel.
A palavra levanta-se muito devagar. Não tremas a mão agora, não quero fugir daqui, mas não me vejas. Deixa-me ficar aqui, eu não te maço, não salto para os teus dedos, para os teus textos, fico muito quieta, fico calada, prometo que não me escrevo. Não vais dar por isso, pois não?
Mas não feches a mão.
TrAmo-te (acontece que quando se ama, o resultado inevitável é que também se trama), Nov.2003
- Oh iça!
- Posto isto
Uma trama bem tecida, ao que vejo…
😉