100nada

Ondas hertzowebloglianas

(prosseguindo daqui para aqui)

(o JPC ainda mexe, pá!)

As ondas hertzowebloglianas, é verdade. Era sobre isso.
Antes de mais, não tentem escrever hertzowebloglianas. Não vão conseguir. Eu mesma cada vez que escrevo hertzowebloglianas, na verdade não escrevo. O que faço é escrever com as teclas assim como estou a escrever agora e, quando chego à palavra hertzowebloglianas, largo o teclado, agarro o rato, posiciono-o (posiciono-o é uma palavra linda! Quase tão complicada de escrever como hertzowebloglianas) no espaço a seguir ao espaço a seguir à ultima letra (se não fizer isso aconhertzowebloglianastece que calha num lado qualquer) e faço click hertzowebloglianas paste hertzowebloglianas – fugiu uma para qualquer lado agora, mas não a estou a encontrar – isto porque antes, quando escrevi a primeira vez hertzowebloglianas, tive o cuidado de fazer copy, ou melhor, não tive. Tive mesmo que lá voltar e então, nessa altura, fazer copy para depois a palavra hertzowebloglianas não ter erros, a copiar letra a letra.

As ondas hertzowebloglianas, então: o que são? Nada mais simples.
São aquelas ondas por nós produzidas quando estamos em harmonia com o universo, seja por via de algum produto natural ingerido (por exemplo leitão à moda da Bairrada e quem diz leiitão diz cannabis sucoiso que não me lembro agora do nome e não estou para ir ver ali ao tasco) ou, pura e simplesmente, quando estamos a cantar com o rádio do carro. Cantar com o rádio do carro é uma actividade com pouca aceitação por parte dos blogs no que se refere a tema de posts; o que é uma pena, já que cantar com o rádio do carro é uma actividade até propensa a posts

olha eu depois escrevo o resto!


Pela primeira vez tenho pena

A minha amiga Vieira diz-me muitas vezes que é pena que eu não escreva sobre a minha sabedoria profissional.

Meti uma única vez um post (sobre benefícios fiscais de planos de poupança). Na altura fiquei até um bocado apalermada com as reacções, já que foi citado pelo Adufe e pelo ‘O Vento lá Fora’, apareceu na Grande Loja e acabou por ter uma resposta no Barnabé, resposta essa que depois deu origem a um editorial do Público (claro que a essa hora já ninguém sabia onde tinha começado a coisa, i.e. neste humilde tasco).

Na altura fartei-me de rir e pensei, epá, mas que fácil que isto afinal é. Basta escrever umas coisas e tal (uma espécie de desmistificação de conceitos para leigos acrescida de opinião) e, em terra de cegos quem tem um olho etc, que é o que eu mais vejo pela blogsfera so-called mais séria. Trocado por miúdos (e na minha vida estou careca de ver isso), um gajo diz umas coisas que podem estar totalmente erradas mas com um ar muito professoral e sem dar margem a dúvidas sobre o nosso próprio conhecimento, enfim, alguma arrogância supostamente profissional e a malta, que não domina o assunto, abre a boca e engole.

É como se formam as opiniões de todos os leigos. Naquilo que vão ouvindo e lendo, da boca de gente que, se calhar, nem sabe bem o que está a dizer, mas diz com convicção e a coisa cola. (E claro que não usam expressões como “a coisa cola”, evidentemente.)

Escuso de estar aqui com rodriguinhos sobre o perigo que isso constitui. Estamos todos fartos de assistir à quantidade de calinadas que vamos ouvindo e vendo e lendo, sobre coisas que conhecemos realmente. Mas os egos são grandes e a tentação também. É uma linha muito ténue, aquela que separa a vontade de divulgar algum conhecimento que, pensamos nós, seria talvez útil aos outros, da vontade de brilhar à custa da ignorância alheia.

Em última análise e até depois de tirada a temperatura da blogsfera com esse tal meu postezito mais técnico, achei que não valia a pena, nem tampouco me apetecia. Não tenho, de todo, feitio para dar aulas; o meu tasco serve para me divertir (mesmo que sejam coisas sérias) e não para prolongamento profissional. Ainda corria o risco de, a esta hora, ter alguma coluna num qualquer jornal de negócios, Deus me livre e guarde, a escrever coisas como ‘e depois assim a coisa cola’. :DDD e, ganhando estatuto blogosférico, perder toda a credibilidade do lado de lá.

Mas hoje, pela primeira vez, tenho pena. Quanto mais não fosse, pelo exercício engraçado que seria, traduzir em 100nadês, uma quantidade brutal de coisas que ouvi hoje e que, quanto mais não seja, me irão ajudar a perceber uma série de outras que, de forma indirecta, acabam por nos afectar a todos.

Não o farei. Com pena mas convicta. Não porque queira guardar conhecimento – que é de domínio totalmente público – para mim, mas porque isto é um blog a brincar e um gajo não tem muitas oportunidades na vida para andar na palhaçada: aqui não me apetece levar-me a sério.



E pronto

Amanhã não há tasco pra ninguém até altas horas que tenho afazeres diversos. Escusam de cá vir. Eu vou aprender umas coisas giras, assim de dona de casa: efeitos de detergentes, produtos que lavam mais branco, as máquinas que estão mais na berra, a utilização de programas específicos a frio ou para lãs, enfim, coisas assim.
É quase como uma demonstração da Bimby. :)







"Pendulices" (para quem perceber)

“Pendulices” é o nome de um maravilhoso CD que eu vou gravar não tarda nada, de músicas dos anos 60. Podem roer-se de inveja, que é a melhor compilação jamais vista. Do meu amigo Xerxes, a quem já agradeci noutro lado, mas agradeço uma vez mais aqui.
A partir de agora, posts ao som de “pendulices”.

Lay Lady Lay. Olé.

Nights in white satin, ai caneco!