100nada



A escrita de vassoura (2)

É a vassoura que varre as palavras. Não era quando a quis descrever no texto anterior. Mas passou a ser e tem lógica: era isso, realmente, tal e qual. Varrem-se-me as coisas. Creio que, de vassouras voadoras, estamos conversados. Estão arrumadas no hangar, chegaram já muito desfranjadas, as palhas todas espalhadas pelo caminho.
O peso da realidade é tal que já nem de vassoura. Talvez de aspirador, um dia destes: penduro-o no telhado, sento-me em cima (é tão giro, um aspirador ferrari vermelho, vermelho ferrari, digo), carrego no botão on e talvez levante voo. Não sei bem é se, quando desligar o fio (não se voa com âncoras), continuará a voar ou vem parar ao chão.

(É engraçado escrever, sem pensar, vem parar ao chão . Poderia ter sido vai parar ao chão. Mas não foi. O tal sub-consciente – ou o que passe por isso, nestes dias de psicologias modernas – preso à terra.)


A escrita de vassoura

Podia ser voadora, a vassoura. Mas não é. Com as bruxas apenas terei em comum (embora não tenha espelhos em casa, dão azar, dá azar ver o reflexo, pensamos que estamos ali nós e esquecemo-nos que os espelhos apenas devolvem avessos; por isso não tenho a certeza) um certo descabelo. Não. É a vassoura

falta-me a palavra, é a miséria

fica assim este post.


Adiando

este post que tenho há uns dias em draft (adiando, adiando)

Rendendo-me às evidências

Não dá para manter isto como eu gostava. Tenho de aceitar os factos, em vez de me roer e roubar tempo a outras coisas que preciso mesmo de fazer: neste momento, não tenho qualquer disponibilidade para isto. Tenho pena, mas não há nada a fazer, o tempo não estica como se quer, quando se quer. Fica assim a coisa em semi-intervalo.

Esticando mais um bocadinho…