A escrita de vassoura (2)
É a vassoura que varre as palavras. Não era quando a quis descrever no texto anterior. Mas passou a ser e tem lógica: era isso, realmente, tal e qual. Varrem-se-me as coisas. Creio que, de vassouras voadoras, estamos conversados. Estão arrumadas no hangar, chegaram já muito desfranjadas, as palhas todas espalhadas pelo caminho.
O peso da realidade é tal que já nem de vassoura. Talvez de aspirador, um dia destes: penduro-o no telhado, sento-me em cima (é tão giro, um aspirador ferrari vermelho, vermelho ferrari, digo), carrego no botão on e talvez levante voo. Não sei bem é se, quando desligar o fio (não se voa com âncoras), continuará a voar ou vem parar ao chão.
(É engraçado escrever, sem pensar, vem parar ao chão . Poderia ter sido vai parar ao chão. Mas não foi. O tal sub-consciente – ou o que passe por isso, nestes dias de psicologias modernas – preso à terra.)
- A escrita de vassoura
- Blog do Nelson
Eu, sinceramente, entre o vai e o vem, e a bem da manutenção de algum pudor na blogosfera, até prefiro nem comentar.
É melhor eu também não comentar o teu comentário.
Se o aspirador vermelho ferrari tiver força suficiente arranca a âncora.