Não sei se é do espírito natalício mas a verdade é que noto uma certa acidez na rapaziada. Claro, esta merda pega-se e eu, quando se me pega a acidez, sairem-me da frente. Apetece-me logo escrever aqueles posts que depois me arrependo amargamente porque coitaditos e coitaditas, também não era caso para levarem comigo em cima aos berros virtuais. Embora, sinceramente, depois pensando melhor, me estou nas reais tintas para os taditos e taditas, que têm mais é que levar na corneta se acaso me incomodam: mas a questão é que também não incomodam assim tanto que justifiquem o meu gastar de tempo, teclas e trabalho a escrever. Viro-me para outros lados, para outros blogs se acaso estiver por aqui, para outras coisas mesmo estando por aqui perto, que me desgosta (um bocadinho) não as coisas em si mas o estado delas. Desgosta-me um tudo nada verificar que a natureza humana (ou portuguesa, talvez) é assim e é assim em tudo, na vida real e na virtual: a falta de coluna dorsal, de espinha, de coragem, de tomates. O favorzinho que se retribui, o vira a cara quando não interessa, o esquece que agora há melhor, o não defende o amigo porque ainda sobra para o meu lado, o ataque gratuito, a choradeira depois de se fazer merda, a desculpa esfarrapada, o não é nada comigo, o não te metas nisso, o melhor não dizer nada que este é influente, o sim-soutor, o sim-senhor, o lambe-cusismo e bota-abaixismo, as costas quentes, o encosta no importante e o esfrega no superior, o ignora o que pode fazer sombra, o moralismo, o faz igual mas comigo é diferente, o aponta o dedo, o politicamente correcto.
Nada disto é só sobre a blogsfera, mas também é. É igual, tal e qual, papel químico, e não sei porque estranho, se são as mesmas pessoas. Talvez por ser um mundinho mais pequeno seja mais simples abarcar a vista de horizonte a horizonte. Mas não gosto da paisagem e cada vez mais me viro apenas para dentro e para alguns, poucos, cada vez menos, lados: bastiões independentes ainda, inevitavelmente em vias de extinção.