Ando farta desta porra toda, é um facto
Não sei se é do espírito natalício mas a verdade é que noto uma certa acidez na rapaziada. Claro, esta merda pega-se e eu, quando se me pega a acidez, sairem-me da frente. Apetece-me logo escrever aqueles posts que depois me arrependo amargamente porque coitaditos e coitaditas, também não era caso para levarem comigo em cima aos berros virtuais. Embora, sinceramente, depois pensando melhor, me estou nas reais tintas para os taditos e taditas, que têm mais é que levar na corneta se acaso me incomodam: mas a questão é que também não incomodam assim tanto que justifiquem o meu gastar de tempo, teclas e trabalho a escrever. Viro-me para outros lados, para outros blogs se acaso estiver por aqui, para outras coisas mesmo estando por aqui perto, que me desgosta (um bocadinho) não as coisas em si mas o estado delas. Desgosta-me um tudo nada verificar que a natureza humana (ou portuguesa, talvez) é assim e é assim em tudo, na vida real e na virtual: a falta de coluna dorsal, de espinha, de coragem, de tomates. O favorzinho que se retribui, o vira a cara quando não interessa, o esquece que agora há melhor, o não defende o amigo porque ainda sobra para o meu lado, o ataque gratuito, a choradeira depois de se fazer merda, a desculpa esfarrapada, o não é nada comigo, o não te metas nisso, o melhor não dizer nada que este é influente, o sim-soutor, o sim-senhor, o lambe-cusismo e bota-abaixismo, as costas quentes, o encosta no importante e o esfrega no superior, o ignora o que pode fazer sombra, o moralismo, o faz igual mas comigo é diferente, o aponta o dedo, o politicamente correcto.
Nada disto é só sobre a blogsfera, mas também é. É igual, tal e qual, papel químico, e não sei porque estranho, se são as mesmas pessoas. Talvez por ser um mundinho mais pequeno seja mais simples abarcar a vista de horizonte a horizonte. Mas não gosto da paisagem e cada vez mais me viro apenas para dentro e para alguns, poucos, cada vez menos, lados: bastiões independentes ainda, inevitavelmente em vias de extinção.
- B(Log): diário ou registo?
- Inédito (na blogsfera)
Pensando bem, acho que nem deve ser para gostar ou não.
É “dar-lhes” á medida que forem vindo, um pouco ao estilo de Asterix.
Dá-lhes com força!…
😉
Só para dizer que é mesmo humana, Cat… Nestas coisas, a nacionalidade não tem nada a ver. Vira o disco, o aparelho até pode ser diferente, mas toca sempre o mesmo.
Oldman, gostei. atão pra quando a garrafita de poção…?
Tenho de aplaudir a expressão «lambe-cusismo» e, todo o conteúdo do post. Aqui é apenas o espelho lá de fora.
Mais vale protestar contra a falta de tomates e os favorzinhos porque, a meu ver, o contrário é suicidário. 😉
Obrigado “mana”. Quanto á garrafita, agora com as festas nunca se sabe… vai-se ver.
😉
“Falta de tomates” é, por exemplo, andar a dizer mal de outros (que não conhecemos de lado nenhum)nas caixas de comentários alheias. Como se aqui, nesta caixinha, falássemos tão baixinho que não nos ouvissem: “shiu, que aqui ninguém vê, ninguém lê, somos só nós uns com os outros, em conversa de café, não faz mal mandar umas bojardas contra fulano e sicrana…”
Como eu, que, neste momento, estou aqui na tua caixa de comentários a dizer mal dos que dizem mal dos outros nas caixas de comentários alheias, em vez de o dizer no meu blogue. Mas um dia destes, digo. E chamos os bois pelos nomes. Se me apetecer. Os bois e as vacas. Mas é pouco provável que me apeteça, que tenho mais que fazer.
Beijos, querida Cat.
eu, por acaso, não sinto nada que falemos tão baixinho que ninguém nos ouça. pelo contrário, nas caixas de comentários sinto-me bastante observada.
acho que faz todo o sentido criticarmos as pessoas, desde que seja pelo seu público desempenho, por aquilo que elas deliberada e conscientemente, expôem acerca de si mesmas – e não fuchiquices, como é óbvio. e também que, evidentemente, o fazemos relativamente a pessoas que não conhecemos de lado nenhum, de quem não somos amigas, já que nesse caso podemos ser pouco isentos ou, não o sendo, ser decentes para quem gostamos e só lhes dar a nossa opinião em privado e com muito jeitinho.
Concordo com a Susana, mas acho que depende de que caixas de comentários estamos a falar…
Algumas são completamente públicas, e daí o estrilho que certos desabafos dão. Mas há também as recatadas que, pelos vistos, fazem muito poucas ondas.
De resto, a blogosfera é a vida, quem cá escreve são as pessoas que depois encontras mesmo que não saibas que são estas, portanto o “sumo” é identico. A personalidade está lá, não se apaga.
Olha, “mana”, vamos a um exemplo, então: chamar a alguém (que por acaso tem um blogue mas que não conhecemos de lado nenhum), sei lá, vejamos, “arrivista deslumbrada”, como “crítica pelo seu público desempenho” (ou seja, pelo facto de escrever um artigo num jornal com cujo conteúdo podemos não ter concordado), está correcto, é isso?
Pois eu, acho que não devemos ser apenas “decentes” para aqueles de quem gostamos. Aos outros, que não conhecemos de lado nenhum, também dá jeito, a decência.
Num blogue generalista em que se critica políticos, figuras públicas, jornalistas e outras figuras da sociedade, faz sentido, sim. Se leio algumas crónicas de alguém que não conheço (ter ou não ter um blog é para mim, neste caso, totalmente irrelevante, não tem qualquer pertinência) e cujo problema me parece ser, precisamente esse (ou seja, ela não escreve mal, o conteúdo é o problema), não vejo motivo para não fazer esse comentário num post que o refira. Sou só uma leitora, a minha opinião não conta como crítica literária e não sou uma amiga. No entanto sou um segmento (minimo) do público, por isso ocorre-me que não era má ideia o alvo do tal comentário começar a pensar porque será que a criticam assim e passar a escrever com mais garra e afinco. Já agora, vai lá ler o texto em que falava dos embaixadores britânicos e diz lá se não tenho razão. Acredito que a autora, que tem um simpático sorriso, seja uma pessoa maravilhosa e até que não seja uma arrivista deeslumbrada. Mas foi o que transpareceu, para mim, nesse e em outros textos, ou seja: no que passa para fora. No seu público desempenho, sim, que eu não a conheço de mais lado nenhum para a avaliar de outra forma.
Ah e quanto à decência, a lógica em que pensava não é bem essa: claro que devemos ser decentes para toda a gente. Só que geralmente importamo-nos com o que dizem de nós aqueles de quem gostamos ou cuja opinião prezamos – a opinião dos outros entra por um ouvido e sai pelo outro. Por isso não é indecente. A não ser que lhes reconheçamos razão e então pensamos no assunto. De resto, pretender que todos os desconhecidos gostem do nosso trabalho é, além de ambicioso, fútil. Com certeza há do outro lado imensa gente a apreciar as crónicas e a manisfestar-se agradada.
Se acreditas que a autora até não seja “uma arrivista deslumbrada”, não percebo porque o escreveste. O que escrevemos, bem ou mal, fica registado e fala por nós.
E é claro que não é minimanente indiferente que a Carla (porque é dela que falamos) tenha um blogue: esse é, aliás, o cerne da questão – quaisquer críticas e bocas têm, no micro-cosmos blogoesférico, a certeza de, mais cedo ou mais tarde, chegarem ao “destinatário” das mesmas. O que dá sempre jeito.
E não acho que a opinião de quem não conhecemos não nos deva importar um corno: se vem de alguém que percebe mais de certo assunto do que eu, importa-me, porque posso aprender qualquer coisa com ela. Se, de uma pessoa que não conheço mas cuja escrita (por exo.) admiro, vier uma critíca à minha escrita, eu importo-me.
E não se trata de achar que todos têm de gostar do “nosso trabalho”; trata-se de achar que não é simpático que, quando não gostam, o escarrapachem em posts e comentários, muitas vezes, sem qualquer fundamento. É claro que todos podemos fazer e dizer o que bem entendermos, somos livres para tal. Os outros podem é não gostar (são tb livres de o fazer). E eu não gostei, Susana. Mais do que isso, sinceramente, não estava à espera.
Acredito que possa não ser, o que está em causa é o que transparece no texto. Era das crónicas e não da Carla que se falava ali.
Admito que possas ter razão nesse aspecto do micro-cosmos blogoesférico; não tenho (ainda?)essa noção. Mas essa boca, “dá sempre jeito”, parece-me um bocadinho coisa de conspiração.
De acordo que a opinião de quem não conhecemos importa, referi esse segmento de que falas: as pessoas cuja opinião prezamos, mesmo sem as conhecer. A Carla não tem razão nenhuma para não se estar a borrifar na minha opinião.
O fundamento já to apresentei. Não vou estar aqui com citações comentadas passo a passo – isso, francamente, não é mesmo o meu género. E também sei que por duas pessoas não estarem de acordo não significa que uma delas tenha razão. Nós não estamos de acordo.
Pois, eu já tinha percebido que não gostaste. Tenho pena, mas paciência. (e não me vou debruçar mais sobre este assunto na caixa de comentários)
Vamos a ver se, definitivamente, nos entendemos: as “crónicas” foram o “mote” (enfim…), mas tu fizeste um comentário desagradável sobre a pessoa que as escreveu: não emitiste qualquer “opinião” sobre a sua escrita – limitaste-te a proferir uma expressão ofensiva.
Ponto final, parágrafo.
Só tenho coisas que me ralam.
Ser vítima do “hoje-acordei-assim-ite“
É afixar um comentário num post do Afixe em que se faziam inocentes referência a 4 tipos de peixinhos, e ser repreendida publicamente, num blogue vizinho, pelo conteúdo da dita observação. Não se trata de gostar ou não do “trabalho…
Ser vítima do “hoje-acordei-assim-ite“
É afixar um comentário num post do Afixe em que se faziam inocentes referências a 4 tipos de peixinhos, e ser repreendida publicamente, em comentários apostos num blogue vizinho, pelo conteúdo da dita observação. Não se trata de gostar ou…