100nada








Os MEUS prémios

Que o tasco é bom, nem se discute, já que ontem recebeu aqueles prémios todos dados pelo Melhor Blog, Melhor Autor e por aí fora (é a isto que se chama uma pescadinha de rabo na boca). Mas isto de prémios nunca é de desdenhar e todos os que vierem tornam um blog num blog feliz.

Na senda do Prémio Melhores Comentadores (para o caso de não terem lido), muito comovido, agradece este tasco:

Prémio melhor blogue com nome começado por 100: 100nada
Prémio melhor post com a palavra “puns”: 100nada
NG

Prémio “O Template mais amaldiçoado” – 100nada
TheOldMan

Prémio melhor blog com a frase ” vou ali fumar um cigarro”:100nada
ana

Prémio Melhor Blog Colectivo: 100Nada
Prémio Cuidadosa Escolha de Prémios: 100Nada
jpt

Prémio Melhores acrahaldas: 100 Nada
Eufigénio

Prémio autor mais modesto 2005: 100nada
Prémio melhor barrigada de riso a ler um blog 2005: 100nada
Prémio voualiejávenhoeentretantoaquificaumpost 2003/2005: 100nada
Prémio Post mais curto 2005: 100nada
Prémio olhem que é desta que fecho o tasco e isto vai mesmo mesmo ficar sem nada 2003/2005: 100nada
Sara Jofre

“Prémio mana do ano”: 100nada
mana

“Prémio Ganda Lata”: 100nada
Vítor I.

Prémio do blog com mais prémios para o melhor blog: 100 nada
Nelson Santos

Prémio “Cum caneco” – 100 nadeca
Miss Pearls

Prémio Melhor Modéstia – 100nada
Fabian

Prémio de Sorriso Garantido ou devolvemos o seu dinheiro – 100nada
Inha

(os comentários estão aí, usem, usem…:DDDD)


Da mágoa não sobra nada

O título ocorreu-me assim, sem nada que o explicasse, sem eu saber como; nem sei o que quer dizer, mas sei o que quis logo escrever. Foi assim, de cigarro ainda por acender na mão a sair para o frio do inverno e a frase a aparecer no intervalo da porta já aberta para fora, o último cigarro antes de dormir e eu aqui agora acordada, a pensar que raio quer aquilo dizer, que coisa esta de me cairem frases em cima a desoras e a saber perfeitamente que sendo a frase uma coisa de nada, o que me apeteceu, aquilo que me obrigou a sentar e a abrir isto foi

há uns tempos nem sei quando que os arquivos foram com os porcos, mas já foi há uns muito tempos, escrevi (parece que ainda a vejo à minha frente) sobre uma mulher num parque de estacionamento de um centro comercial, o carro estacionado à frente do meu, eu ali à espera de um vou ali e já volto num eu fico aqui com o bebé e se era ainda bebé é porque foi há muito tempo. E ela desatou a chorar à minha frente, dentro do carro dela. Chegou, parou, chorou e depois ligou o carro e foi-se embora. E eu, sem saber se fazia de conta que não via ou lhe ia entregar um lenço, estender uma mão. Fiz de conta, claro, que não se estendem mãos a quem se esconde para chorar e nem conhecemos de lado nenhum e estas regras são assim mesmo, fiz de conta e ela foi-se embora depois de limpar as lágrimas.

E nisto tudo pensei enquanto fumei metade do cigarro, fiz até horas para adiar o resto do pensamento, porque sabia que se pensasse ia querer escrever e não são horas e não quero escrever. Não sei se quero, mas se já vou aqui a meio (a adiar, a adiar) já agora acabo, atabalhoadamente, para não soar a mim mesma muito lamechas, que em coisas sérias uma pessoa só tem duas opções, a rir ou à bruta. Escolho sempre que posso que seja a rir, mas às vezes tem de ser à bruta, embora não queira, não agora, não nisto, há uma terceira opção, há sempre.

Quando cheguei a meio do tal cigarro e agora aqui que também já fumei mais de metade deste post mas fumo branco nem vê-lo, lá me confrontei com a ideia da mágoa. Não é minha ou é, claro que é, mas é tão menos, porque a minha é a da pessoa que se senta à frente da outra, já sem chassis e vidros e espelhos a separar-me delas – não me enganei, plural, sim, de várias mágoas de várias pessoas que estão perto e a quem eu não estendo o lenço

NÃO ESTENDO A MÃO

se calhar estendo à minha maneira. Mas essa maneira é fria. Digam-me assim, mas se calhar é isso que querem, uma mão fria, é também disso que precisam as pessoas que se abeiram de ti com as mágoas delas, se calhar o resto já têm, se calhar talvez queiram (não querendo mas sabendo que precisam) de uma mão que se estende mas nem sempre é para fazer festas, pode ser para dar estalos (podem ser dados estalos com carinho? não sei) , pode ser só por ser fria, essa mão, o cérebro que a acompanha, pode ser um monte de merdas

(que já estou com vontade de fumar outra vez, mas só para terminar)

Um dia (se calhar é hoje ou já foi ontem ou o ano passado ou a vida toda) provavelmente vou lamentar todos os abraços que não cheguei a dar quando sabia que havia quem precisasse deles. E, em vez disso e não nego que possa ser por essa mesma razão que me chamem em certas alturas os meus amigos, ofereço a minha amizade analítica.

(enfim, é fodido; vou fumar)